Saiba o que mudou da sétima temporada pra cá e o que a categoria elétrica reserva de novidades para este ano.
Nos dias 28 e 29 de janeiro, a Fórmula E retornará às pistas para dar início a temporada 2021/2022, a oitava campanha de sua história, em Diriyah, na Arábia Saudita, local este que costuma sediar a abertura de campeonatos como uma rodada dupla.
Este ano marcará a despedida do carro da segunda geração (Gen2), este que será substituído pelo revolucionário e aguardado Gen2 EVO. O carro do novo regulamento entrará em cena na rodada 2022/2023, junto com a montadora italiana Maserati, segundo a própria marca anunciou no último dia 11.
Este ano, será a quarta e última vez que o Gen2 ajudará a eleger o campeão de pilotos e a equipe campeã nos construtores, já que estreou na categoria em 2018/2019.
Confira a seguir como está o calendário, o grid de pilotos, equipes e outros detalhes importantes sobre a 8ª temporada da Fórmula E.
Calendário
O calendário deste ano prevê um total de 16 corridas, uma a mais em relação a temporada passada. Devido ao cenário incerto gerado pela nova variante da COVID-19, há a possibilidade de algumas etapas serem canceladas ou adiadas, assim como aconteceu com o E-Prix inaugural da África do Sul, suspensa por medidas restritivas aplicadas frente à pandemia.
Como mencionado anteriormente, as duas primeiras etapas deste ano acontecerão em Diriyah, sobre o novo layout de circuito apresentado em 2021, que trará novamente a emoção de duas corridas noturnas para os fãs da categoria.
A terceira prova será o E-Prix do México, a única prevista para o mês de fevereiro, programada para ocorrer no dia 12, no Autódromo Hermanos Rodríguez, que ficou de fora do itinerário da Fórmula E na temporada 2020/2021 e retorna este ano.
Após 1 mês de intervalo, a temporada será retomada nos dias 9 e 10 de abril, com uma rodada dupla em Roma, na Itália. Em seguida, no fim do mês (30), entrará na programação o clássico e tradicional E-Prix de Mônaco, onde, provavelmente, a FE deverá utilizar o traçado original de Monte Carlo, como fez em 2021.
Em maio, nos dias 14 e 15, ocorrerá a rodada dupla do E-Prix de Berlim, no tradicional circuito montado no histórico aeroporto de Berlim Tempelhof, local este que sediou, pela primeira vez na história da categoria elétrica, uma rodada sêxtupla, no fim da temporada 2019/2020.
O mês de junho trará uma das novidades para a nova temporada: a estreia do E-Prix de Jacarta, programado para o dia 4, na Indonésia. Curiosamente, o país asiático não recebe corridas sancionadas pela FIA desde 2006. O layout do circuito jacartês ainda não foi divulgado mas, provavelmente, será apresentado no início da semana do E-Prix, como a Fórmula E costuma fazer.
Mais tarde, julho será o mês que receberá o maior número de provas. Primeiramente, também de forma inédita, acontecerá o E-Prix de Vancouver, no Canadá, no dia 2. O país norte-americano já recebeu EPs da FE em temporadas anteriores, mas em Montreal. O layout provisório do novo traçado canadense conta com 16 curvas, apesar de não deixar isso muito claro no infográfico divulgado.
Duas semanas depois, é a vez do E-Prix duplo de Nova York, nos dias 16 e 17, no Brooklyn, Estados Unidos. No final do mês de julho, nos dias 30 e 31, entrará em cena a tradicional rodada dupla do E-Prix de Londres, na Grã-Bretanha.
E para fechar a oitava temporada com chave de ouro, a Fórmula E realizará, pela primeira vez, o E-Prix de Seul, na Coréia do Sul, nos dias 13 e 14 de agosto. Assim como o de Jacarta, a categoria ainda não apresentou o layout do circuito sul-coreano.
Equipes e pilotos
A Fórmula E contará com11 equipes este ano, uma a menos em relação a temporada anterior, já que a Audi Sport ABT se despediu da categoria no final de 2021. Abaixo, veja como está o line-up de cada escuderia do grid para a rodada 2021/2022, em ordem alfabética.
Avalanche Andretti
Além da Audi, com a saída da BMW e ao garantir outro patrocinador principal, a equipe americana está com um novo nome: Avalanche Andretti. Os pilotos são Jake Dennis, este que teve seu contrato renovado e segue para seu segundo ano completo na escuderia, e o novato, Oliver Askew.
Dennis mostrou um ótimo desempenho na Andretti na temporada 2020/2021, a sua primeira integral na FE, ao garantir 1 pole, 2 vitórias e terminar em terceiro lugar na classificação do campeonato de pilotos, 13 posições e 25 pontos acima do companheiro de equipe, Max Günther.
O ocupante do segundo assento da Andretti, Oliver Askew, nunca correu na categoria elétrica antes. O principal destaque de sua carreira no automobilismo foi competir na IndyCar em 2019 e ganhar o campeonato da Indy Lights no mesmo ano.
A escolha de Askew para o lugar vago de Günther, não foi por acaso: o jovem de 25 anos trabalhou com a Andretti na IndyCar. Essa parceria funcionou e rendeu o título da categoria de base da Fórmula americana há 2 anos. A Fórmula E é uma classe completamente diferente, 100% elétrica e será um novo desafio para Oliver.
Número dos pilotos:
Jake Dennis – #27
Oliver Askew – #28
Dragon Penske Autosport
Assim como na Andretti, a também americana, Dragon Penske, contará com um piloto experiente e um novato. O brasileiro Sérgio Sette Câmara disputará sua segunda temporada completa na Fórmula E e terá como companheiro de equipe o ex-piloto de Fórmula 1, Antonio Giovinazzi.
Sérgio ingressou na FE no final da sexta temporada (2019/2020), como substituto de Brendon Hartley, este que deixou a Dragon antes da rodada sêxtupla e reta final do campeonato, em Berlim Tempelhof. Na rodada seguinte (2020/2021), o mineiro foi contratado para representar a escuderia, apesar de terminar com 14 pontos a menos que o parceiro, Nico Müller, na classificação de pilotos.
O estreante, Antonio Giovinazzi, chega para disputar a sua primeira temporada na FE, após ter feito parte do grid glamouroso da Fórmula 1 de 2019 a 2021, na equipe Alfa Romeo Racing. Como estreante, é esperado que o italiano de 28 anos tenha um ano instável e conturbado, devido a sua necessidade de se adaptar a uma categoria completamente diferente da F1, tanto em dirigibilidade quanto em gerenciamento de combustível/energia.
Número dos pilotos:
Sergio Sette Câmara – #7
Antonio Giovinazzi – #99
DS Techeetah
A equipe sob o apoio da montadora DS é a única do grid que contará com dois campeões da categoria elétrica: o bicampeão, Jean-Éric Vergne, e o vencedor do campeonato 2019/2020, António Félix da Costa.
Para a escuderia chinesa, a sétima temporada foi razoável se comparada com a sexta, período de domínio da Techeetah através de António. A dupla apareceu pouco nas cerimônias de pódio e passou a maior parte do tempo na briga pela finalização no top 10.
Apesar de um resultado final nada surpreendente, a dupla Vergne e Da Costa seguem juntos na equipe pela terceira vez consecutiva.
Número dos pilotos:
Jean-Éric Vergne – #25
António Féliz da Costa – #13
Envision Racing
Após a saída da patrocinadora Virgin, a escuderia britânica atualizou seu nome para Envision Racing e manteve sua escalação de pilotos intacta, desde o campeonato 2020/2021. Nick Cassidy teve seu contrato renovado e disputará sua segunda temporada completa na Fórmula E, assim como Robin Frijns.
Em termos de resultado na rodada anterior, ambos os pilotos se saíram bem, apesar de demorarem a engatar nas primeiras corridas. Nos construtores, a equipe terminou em quinto lugar, com 165 pontos, empatada com a Audi Sport ABT Schaeffler e 1 ponto atrás da terceira colocada, DS Techeetah. Para a Envision Racing, esse resultado foi suficiente para renovar os contratos de Cassidy e Frijns.
Número dos pilotos:
Robin Frijns – #4
Nick Cassidy – #37
Jaguar TCS Racing
Ao receber um novo patrocinador principal, a escuderia britânica da montadora Jaguar passa a ser conhecida como Jaguar TCS Racing e manteve a sua última dupla de pilotos para a próxima temporada.
Sam Bird e Mitch Evans permanecem como parceiros, logo após conquistarem um total de 6 pódios, 2 vitórias e de levarem a equipe a garantir o vice-campeonato, a colocação final mais alta da competidora desde sua estreia em 2016/2017. Esses fatos justificam e bem a permanência de Bird e Evans na Jaguar.
Número dos pilotos:
Mitch Evans – #9
Sam Bird – #10
Mahindra Racing
A Mahindra alterou seu line-up principal em relação a 2021, e contratou Oliver Rowland, ex-piloto da Nissan e.dams. O britânico entrou como substituto de Alex Lynn e, agora, é o novo companheiro de equipe de Alexander Sims, este que segue como titular da Mahindra pela segunda vez seguida.
O desempenho de Sims comparado a Lynn foi inferior, ao ter conquistado apenas 54 dos 132 pontos acumulados para a equipe ao fim do sétimo campeonato. O resultado de Alexander pode não ter sido muito bom, mas parece ter agradado a Mahindra.
Número dos pilotos:
Alexander Sims – #29
Oliver Rowland – #30
Mercedes-EQ
Assim como a DS Techeetah, a nova campeã da Fórmula E, Mercedes-EQ, não mexeu em seu line-up de pilotos principais. Nyck De Vries, o campeão da rodada passada, permanece ao lado de Stoffel Vandoorne para a oitava temporada.
A performance dos dois pilotos em 2021 foi equilibrada, e terminaram com apenas 17 pontos de diferença um do outro. A lógica do ‘em time que está ganhando não se mexe’, entrou em vigor na equipe das flechas de prata, literalmente.
Número dos pilotos:
Nyck De Vries – #17
Stoffel Vandoorne – #5
NIO 333 Racing
A NIO 333 é outra força do grid que gerou mudança em seu line-up de pilotos. Apesar de manter Oliver Turvey, Tom Blomqvist deixou a categoria elétrica e Dan Ticktum é o novo ocupante do assento liberado pelo britânico.
Oliver Turvey, o veterano da equipe, apresentou uma boa performance no campeonato 2020/2021 e superou Tom Blomqvist nas pistas, ao garantir 13 dos 19 pontos ganhos pela NIO na classificação de construtores. Esse resultado foi bem-vindo para a escuderia chinesa, se comparado ao da rodada 2019/2020, quando terminou a temporada zerada.
Por outro lado, Ticktum é o terceiro novato que irá competir na temporada 2021/2022 da FE e sua principal conquista na carreira foi se tornar vice-campeão do Campeonato Europeu de Fórmula 3 da FIA, em 2018. Além disso, o jovem de 22 anos correu na Fórmula 2 por três temporadas, de 2018 a 2021.
Número dos pilotos:
Oliver Turvey – #3
Dan Ticktum – #33
Nissan e.dams
Na Nissan e.dams, Sébastien Buemi permanece com sua vaga, mesmo com seu baixo desempenho apresentado em 2021, mas terá um novo, porém conhecido, parceiro ao seu lado: Max Günther.
O alemão, o piloto mais jovem a vencer um E-Prix da Fórmula E, perdeu o seu assento na Andretti para Oliver Rowland, e terá que entregar bons resultados em sua nova equipe, para ter chances de permanecer no grid em 2023.
Número dos pilotos:
Sébastien Buemi – #23
Max Günther – #22
ROKIT Venturi racing
A Venturi fez uma reformulação em seu grid de pilotos para 2022, e desligou o francês Norman Nato, este que foi superado por Edoardo Mortara na rodada anterior. Norman terminou classificado em 18º lugar, com 54 pontos, enquanto que Mortara, concluiu a temporada 7 como vice-campeão, algo inédito na carreira do suíço na FE.
Para ocupar o assento de Nato, a ROKIT Venturi Racing decidiu chamar um brasileiro veterano na categoria elétrica e que já subiu no pódio inúmeras vezes: Lucas Di Grassi. O vencedor do campeonato de 2016/2017 é o novo companheiro de Mortara e, dessa vez, a escuderia monegasca poderá contar com dois pilotos experientes e talentosos.
Número dos pilotos:
Edoardo Mortara – #48
Lucas Di Grassi – #11
TAG Heuer Porsche
E por fim, a TAG Heuer Porsche não se deu o trabalho de mexer em seu line-up de pilotos para a oitava temporada. André Lotterer e Pascal Wehrlein continuam na equipe alemã e vão trabalhar juntos pela segunda vez este ano.
Na última temporada, o resultado da dupla não foi muito animador. Lotterer terminou classificado em 17º lugar com 58 pontos, 6 posições abaixo e 21 pontos a menos em relação a Wehrlein.
Apesar de ter finalizado em oitavo lugar nos construtores, a Porsche se saiu melhor com a dupla atual se comparado ao campeonato 2019/2020. Em sua temporada de estreia, a escuderia alemã marcou apenas 79 pontos contra 137 marcados em 2020/2021.
Número dos pilotos:
André Lotterer – #36
Pascal Wehrlein – #94
Novidades
Novo formato de classificação
Para a oitava temporada, a Fórmula E decidiu implantar um novo sistema de classificação, com o objetivo de gerar ainda mais competitividade e chances das equipes mais fracas ocuparem posições de largada melhores (além de bagunçarem um pouco a cabeça dos que acompanham a categoria).
O formato inédito terá como base o estilo mata-mata, tradicionalmente usado na Copa do Mundo de futebol, mas sem as oitavas de final. O grid será divido em dois grupos: o A, este formado pelos classificados em números ímpares na tabela do campeonato, e o B, composto de qualificados em números pares.
O treino classificatório, de abertura, terá duração de 10 minutos e os pilotos só poderão utilizar 220 kW de potência em seus carros. Os quatro mais rápidos de cada grupo seguirão para as quartas de final, que permitirá aos automobilistas o uso aumentado de 250 kW e será apresentada da seguinte forma:
- o 1º colocado do grupo A correrá contra o 4º do grupo B;
- o 2º do A enfrentará o 3º do B;
- o 3º do A duelará com o 2º do B;
- e o ocupante do 4º lugar do A será o rival do 1º do grupo B.
Em seguida, as semifinais serão formadas de duas sessões com os quatro vencedores das quartas. Por fim, os dois competidores que alcançarem a final, batalharão entre si pela pole position. Os pilotos que ficaram pelo caminho, largarão em suas respectivas posições de finalização.
Novo Carro de Segurança (Safety Car)
Anunciado e apresentado no dia 18, o Porsche Taycan Turbo S, a versão mais potente do supercarro 100% elétrico, é o novo modelo de Safety Car para a temporada 2021/2022 da Fórmula E. O Taycan fará sua estreia na abertura do campeonato em Diriyah e conduzirá os 22 carros do grid nos EPs de Londres, Cidade do México, Nova York, Berlim, Mônaco e Seul.
Uma curiosidade é que a pintura do novo carro de segurança representa as cores das 11 equipes inscritas para este ano. Essa foi uma forma da categoria reforçar o compromisso que as escuderias tem com a FE, além de promover a diversidade e os valores comuns no esporte, como a mobilidade elétrica.
O Taycan Turbo S transformado em Safety Car possui 560 kW de potência (equivalente a 750 CV), vai de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos e alcança a velocidade máxima de 260 km/h, o modelo de SC mais rápido da história da categoria.
Despedida de mais uma montadora
Assim como a Audi e BMW fizeram no final da rodada 2020/2021, a Mercedes EQ também deixará a Fórmula E no final da temporada 8. O motivo principal é que a dona da montadora, Daimler, quer concentrar os seus recursos na Fórmula 1, classe mais viável e lucrativa para a empresa no esporte a motor.
Apesar da decisão, a equipe com base na Alemanha sairá com uma curta mas bem-sucedida história na categoria mais alta do automobilismo elétrico, com a conquista do campeonato de pilotos e o de construtores do ano passado.
A marca alemã ingressou na FE junto com a TAG Heuer Porsche, na rodada 2019/2020, e conquistou, até 2021, 4 vitórias e 12 pódios através de Nyck De Vries e Stoffel Vandoorne, os dois únicos pilotos que a Mercedes teve em sua trajetória na Fórmula E.
Transmissão
A Fórmula E continuará a ser transmitida no país pelos mesmos canais que a fizeram no ano passado: na TV fechada, pelo SporTV e, na aberta, pela TV Cultura.
Abaixo, saiba os horários de transmissão para o E-Prix de Diriyah, no próximo final de semana, segundo o horário de Brasília.
SporTV3:
- Classificação – 9h30;
- Corrida – 13h30.
TV Cultura:
- Classificação 9h30;
- Corrida – 13h30;
- Highlights – 17h30.
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”