Por Gilson Roberto Costa @gilsonrc, para o TDT.
O DIA CHEGOU
Domingo, 15 de novembro de 2020, registrou para história da MotoGP outra corrida memorável.
Joan Mir #36 vem para o GP de Valência 2020 como líder do campeonato com 162 pontos, com 50 em disputa ainda.
Com muitas combinações possíveis de resultados lhe garantindo o título com 1 prova de antecipação, seu maior problema seria não participar de confusões na pista.
Quiseram os DEUSES DA VELOCIDADE que o espanhol vivesse momentos inusitados durante o fim de semana.
Ontem, num qualifying muito atípico para Mir, ficou na p12 do Q2.
Seus concorrentes Franco Morbidelli, Fábio Quartararo e Alex Rins não queriam que o título fosse fechado na Espanha.
Vamos aos detalhes.
LARGADA
Franco Morbidelli, Jack Miller e Takaaki Nakagami largaram na primeira fila.
Na primeira volta Morbidelli mantém a ponta seguido por Jack Miller enquanto Nakagami perdia sua posição para Pol Espargaró.
Quartararo que largou na p11, na frente de Mir na p12 erra nas primeiras curvas e recua para p18, corrida de recuperação à vista.
Mir leva um “chega prá lá” de Petrucci, consegue melhorar sua posição e na volta 4 já estava na p10.
Nesse momento era campeão por conta das posições dos seus concorrentes diretos.
DURANTE A CORRIDA
Talvez por conta de todas as combinações possíveis para Mir terminar a corrida de Valência com o título garantido, percebi que poucas disputas acirradas por posição aconteceram.
Quedas no entanto começaram a ocorrer, primeiro na volta 6 Zarco, que estava tentando se aproximar do top5, cai sozinho na curva 1.
O dia de Mir começara a melhorar quando na volta 9, Quartararo cai sozinho e abandona a corrida, sem chances matemáticas para o campeonato.
Na volta 20, Nakagami que também buscava o top5 cai sozinho.
Como Naka e Zarco estavam na frente de Mir, que ultrapassara Aleix Espargaró e ganhava mais um ponto de diferença para os demais.
Com a queda de Nakagami, abria dois pontos para Morbidelli para vencer hoje ainda, enquanto Rins e Viñales ficavam mais distantes do sonho do campeonato.
CORRENDO COM O REGULAMENTO
Faltando 3 voltas para terminar a prova, Miller iniciou sua batalha pela vitória contra Morbidelli enquanto Mir administrava a p7, lhe garantindo o título.
A última volta começa com Miller passando Morbidelli, que passa Miller, que passa Morbidelli, que recupera, e foi assim até a linha de chegada.
Bandeirada para Morbidelli que vence a 3ª na temporada, seguido de um Miller sempre com a melhor moto de motor DUCATI e Pol Espargaró novamente no pódio.
O CAMPEÃO 2020 DA MOTO GP
Mir cruzou a linha de chegada e desacelerou sua moto para comemorar.
O garoto que vi iniciar sua carreira na Motovelocidade em 2015, passando 2016 e 2017 na Moto3 quando foi campeão, subindo para Moto2 em 2018, sendo contratado pela SUZUKI na metade da temporada para dividir garagem com Alex Rins em 2019 e 2020 e hoje conquista seu segundo título.
Parabéns Joan Mir, parabéns SUZUKI, parabéns Motovelocidade, parabéns torcedores, parabéns espírito de piloto.
Os amigos do TDT que me conhecem e acompanham no Twitter/@tomadadetempo sabem que sempre defendo a competitividade, seja qual for o tipo de competição à motor.
Quando digo que a cada semana a Motovelocidade, com sua categorias Moto3, Moto2 , MotoGP e a caçulinha MotoE, são imprevisíveis, que tudo pode acontecer, basta olhar para as decisões que ainda faltam para o GP de Portugal.
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
Não posso deixar de comentar sobre “Nostro” Franco Morbidelli, três vezes vencedor em 2020: San Marino, Teruel e agora Valência.
Depois que Quartararo começou a desperdiçar oportunidades na temporada e Viñales e Rossi não conseguiram melhores rendimentos de suas YAMAHA, o ítalo-brasileiro surgiu como uma força dentro da Petronas.
Morbidelli também é um piloto diferenciado.
Da STK600 para Campeão da Moto2 em 4 anos com a Marc VDS, sempre como um piloto arrojado e persistente, travou muitas batalhas com Tom Luthi na Moto2 e foi seu companherio na Marc VDS MotoGP em 2018.
Em 2019 e 2020 na garagem da Petronas YAMAHA com Fábio Quartararo, foi mais eficiente que seu companheiro, atualmente está 17 pontos à frente.
Faz parte da Academia de Valentino Rossi, a VR46 e é seu pupilo mais aplicado além de um grande amigo.
Acredito que Franco com seu desempenho nesta temporada e a possibilidade do vice-campeonato 2020 em Portugal, entrou definitivamente no grupo de futuros campeões da MotoGP.
Ano que vem, Franco Morbidelli será companheiro de Valentino Rossi na Petronas, olho nesse moleque.
O “doutor” vai ser seu maior incentivador para o título, desde que não tenha condições de tentar igualmente, seu 10º, afinal, Rossi é Rossi.
Como torcedor permaneço com a expectativa que em 2022 teremos uma VR46 na MotoGP, com Rossi chefe de Equipe, com Franco Morbidelli e Luca Marini usando motos de motos YAMAHA.
Como disse Mir na sua entrevista pós prova: seu sonho foi possível.
Porque o meu não pode ser?
Abraço amigos TDT e até o próximo domingo no GP de Portugal 2020. Fui!“Professor, Analista de Sistemas, apaixonado pela esposa e filhos e um grande torcedor dos esportes de velocidade. Uma pessoa de bem com a vida que gosta muito de conversar e entender a natureza humana” – Gilson é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo!