Prova em Monza mostrou resultado emblemático na Ferrari, briga interna na McLaren, desempenho ruim da Red Bull, boa estreia de Colapinto e punições severas na Haas.
A Fórmula 1 realizou ontem (1º) o Grande Prêmio da Itália, a décima sexta etapa da temporada, que aconteceu no rápido e lendário Autodromo Nazionale Monza, localizado ao norte da cidade de Milão.
O vencedor da disputa foi Charles Leclerc, que largou em quarto, assumiu a liderança na volta 39/53 e a manteve até o final, seguido da dupla da McLaren, Oscar Piastri e Lando Norris. O Piloto do Dia, eleito na votação oficial da Fórmula 1, foi Leclerc, enquanto o ponto extra da volta mais rápida ficou com o pole sitter, Norris, que cravou 1:21.432s na última volta (53/53).
O companheiro de Charles na Ferrari, Carlos Sainz, terminou na P4, depois de uma corrida mediana, pois não conseguiu acompanhar o ritmo dominante do parceiro e perdeu duas colocações de forma consecutiva para Oscar e Lando nos minutos finais.
Vale lembrar que a etapa em Monza gerou um resultado curioso na qualificação de sábado: os seis primeiros classificados terminaram a sessão com menos de dois décimos (0.2s) de diferença entre si.
Outro fato curioso é que Charles Leclerc conquistou sua segunda vitória emblemática na temporada: o monegasco trouxe novamente a vitória em casa para a Ferrari (a última P1 da equipe foi em 2019, garantida pelo mesmo), após também triunfar diante de sua torcida conterrânea no GP de Mônaco, em maio.
Análise de desempenho
McLaren
A McLaren concluiu o GP da Itália com um sentimento de que poderia ter sido melhor, depois de ocupar a primeira fila do grid inicial com os dois carros. Dessa vez, Lando Norris fez uma boa largada e manteve a pole position até depois da primeira chicane (curvas 1 e 2).
Porém, o veterano foi superado pelo parceiro australiano Oscar Piastri ainda na primeira volta, quando o piloto de 23 anos tomou a P1 de Norris na curva 4. Essa manobra ousada desestabilizou o britânico e o deixou vulnerável para Charles Leclerc, que o ultrapassou em seguida. Lando cometeu alguns erros, como travar os pneus na entrada do pit lane ao entrar nos boxes na volta 15/53, e seguir reto na segunda chicane nas voltas finais.
Esses inconvenientes, além de uma troca de pneus lenta no carro de Norris na volta 33, resultaram na perda de uma vitória significativa para a McLaren. Por outro lado, a ocupação do segundo e terceiro lugares no pódio ajudou a escuderia liderada por Andrea Stella a se aproximar ainda mais da Red Bull no Campeonato de Pilotos, com Lando mais próximo do líder Max Verstappen, e no Campeonato de Construtores.
Mercedes-AMG F1
Para a Mercedes, a competição em solo europeu foi regular, pois os dois pilotos da escuderia chefiada por Toto Wolff receberam a bandeira quadriculada dentro do top 7, uma finalização que se tornou comum para a equipe neste ano.
Lewis Hamilton viu as luzes se apagarem da sexta posição, enquanto George Russell saiu como líder da segunda fila, em terceiro. Ao se apagarem as luzes, Russell seguiu direto na curva 1 e foi obrigado a percorrer o caminho em zigue-zague da área de escape, mas retornou à pista logo atrás do companheiro, em sexto.
Mais adiante na corrida, os dois competidores da Mercedes lideraram os rivais da Red Bull e terminaram na P5 e P7, com Hamilton e Russell (que optou por uma parada ao danificar sua asa frontal na área de escape durante o incidente na curva 1), de forma respectiva. Esse foi o melhor que a Mercedes-AMG poderia fazer em Monza, já que o desempenho da Ferrari e da McLaren estavam, claramente, superiores.
Red Bull Racing
Mais uma vez deixada para trás, a Red Bull continua perdida em termos de performance, já que a equipe de energéticos com sede em Milton Keynes continua ausente do topo do pódio desde o GP da Áustria, cujo os ocupantes do top 3 foram George Russell, Oscar Piastri e Carlos Sainz.
A dificuldade para a RBR iniciou desde sábado, no classificatório, quando o melhor que Max Verstappen conseguiu foi um sétimo lugar no grid de largada, enquanto Sergio Perez concluiu a sessão logo atrás do companheiro, em oitavo.
Na disputa de domingo, as coisas não foram diferentes. Verstappen não encontrou ritmo para acompanhar o grupo de dianteira, enquanto Perez brigava para se manter próximo de George Russell. Após cruzarem a linha de chegada, Max e o mexicano garantiram a P6 e a P8, respectivamente, um resultado que deixa claro como a Red Bull regrediu no projeto de desenvolvimento do RB20.
Williams
A Williams Racing saiu satisfeita do Autodromo Nazionale Monza, tanto com os pontos garantidos pelo tailandês Alex Albon quanto pela estreia do novato que assumiu o lugar do recém-demitido Logan Sargeant, Franco Colapinto.
Albon, que largou em oitavo, correu bem, ao se manter firme dentro da zona de pontos no decorrer da disputa e receber a bandeirada final apenas um degrau abaixo de onde saiu, em nono lugar. No outro carro, o argentino de 21 anos viu o apagar das luzes da P18, mas fez uma ótima corrida, ao ganhar seis colocações em seu primeiro GP de Fórmula 1 e concluir na P12. Sem dúvidas, essa foi uma boa estreia de Colapinto na F1.
Haas
Por um ponto, o Grande Prêmio da Itália não foi um completo desastre para a Haas, diante de punições recebidas devido a contatos de seus pilotos com outros competidores. O primeiro incidente foi quando Nico Hulkenberg perdeu o ponto de frenagem na curva 1 e atingiu lateralmente Yuki Tsunoda; como consequência da batida, o japonês da Visa Cash App RB abandonou e o alemão foi punido em +10s.
No outro VF24 da equipe americana, Kevin Magnussen se envolveu em uma infração semelhante, ao travar a roda dianteira esquerda na curva 4 e colidir com Pierre Gasly, da Alpine. Devido à infração, o dinamarquês também recebeu uma penalidade de tempo de +10s. No final, mesmo com o contratempo, Kevin trouxe um ponto para a escuderia de Gene Haas, enquanto Nico foi apenas o 17º colocado no GP.
Vale destacar que o contato de Magnussen com Gasly ainda gerou um problema mais grave para o piloto #20 da Haas: a sua suspensão da próxima etapa, em Baku, ao acumular 12 de um máximo permitido de 11 pontos permitidos de penalidade em sua superlicença. Assim, Kevin retornará, com a pontuação de penalizações zerada, a partir do GP de Singapura.
No Azerbaijão, é esperado que a equipe com sede na Carolina do Norte (EUA) convoque o piloto reserva, confirmado para 2025 ao lado de Esteban Ocon, Oliver Bearman.
Equipes que não pontuaram
As escuderias que terminaram o Grande Prêmio da Itália fora da zona de pontuação foram a Aston Martin, Visa Cash APP RB, Alpine e Kick Sauber.
Top 10 do Campeonato de Pilotos:
1 – Max Verstappen #1 (Red Bull Racing Racing) – 303 pts
2 – Lando Norris #4 (McLaren) – 241 pts
3 – Charles Leclerc #16 (Scuderia Ferrari HP) – 217 pts
4 – Oscar Piastri #81 (McLaren) – 197 pts
5 – Carlos Sainz #55 (Scuderia Ferrari HP) – 184 pts
6 – Lewis Hamilton #44 (Mercedes-AMG F1) – 164 pts
7 – Sergio Perez #11 (Red Bull Racing) – 143 pts
8 – George Russell #63 (Mercedes-AMG F1) – 128 pts
9 – Fernando Alonso #14 (Aston Martin Aramco) – 50 pts
10 – Lance Stroll #18 (Aston Martin Aramco) – 24 pts
Campeonato de Construtores:
1 – Red Bull Racing Racing – 446 pts
2 – McLaren – 438 pts
3 – Scuderia Ferrari HP – 407 pts
4 – Mercedes-AMG F1 – 292 pts
5 – Aston Martin Aramco – 74 pts
6 – Visa Cash App RB – 34 pts
7 – Haas F1 Team – 28 pts
8 – Alpine F1 Team – 13 pts
9 – Williams Racing – 6 pts
10 – Kick Sauber – 0 pts
A próxima etapa da temporada 2024 da Fórmula 1 será o Grande Prêmio do Azerbaijão, no dia 15 de setembro.
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”
