Saiba o que rolou na corrida no Principado, além de uma análise sobre o desempenho das equipes no fim de semana.
A Fórmula E realizou no último sábado (27) o E-Prix de Mônaco, a oitava etapa do calendário 2023/2024, que aconteceu no icônico circuito nas ruas de Monte Carlo, localizado no Principado de Mônaco, cidade-estado independente ao sul da França.
O vencedor do E-Prix foi Mitch Evans, que largou em quarto, superou o pole sitter Pascal Wehrlein e conquistou a segunda vitória da Jaguar TCS Racing neste ano, seguido do parceiro de equipe, Nick Cassidy, e de Stoffel Vandoorne. O ponto extra da volta mais rápida ficou com Cassidy, que cravou o menor tempo de 1:31.561s.
Análise de desempenho
Abaixo, confira uma análise de desempenho das 11 escuderias do grid no E-Prix de Mônaco, em ordem decrescente da classificação atual do campeonato de equipes.
Jaguar TCS Racing (172 pts)
A Jaguar vivenciou um excelente final de semana em Monte Carlo, com o melhor resultado possível sem a pole. Mitch Evans, que largou em quarto, superou o então líder na disputa Stoffel Vandoorne, na volta 10/29, assumiu a ponta e manteve a posição até o fim, seguido do parceiro, Nick Cassidy.
Com o resultado, além de estender ainda mais a vantagem no campeonato, a Jaguar TCS Racing entrou para a história ao se tornar a primeira equipe a conquistar uma dobradinha 1-2 no pódio em Mônaco.
TAG Heuer Porsche (128 pts)
Para a Porsche, o E-Prix monegasco foi conturbado no início, mas gerou bons pontos na linha de chegada. O pole sitter, Pascal Wehrlein, não largou bem, perdeu ritmo nas primeiras voltas e caiu para o quinto lugar, que se tornou a posição de chegada do alemão.
No outro carro, António Félix da Costa viu as luzes se apagarem da P7, se envolveu em um incidente com Sébastien Buemi no Hairpin, ao tocar na traseira do suíço e concluiu a corrida em sua posição de origem. Com o quinto e sétimo lugares de Wehrlein e Da Costa, a TAG Heuer Porsche retomou a P2 na classificação geral de equipes.
Andretti (113 pts)
A Andretti teve um fim de semana sofrido no Principado, um contraste do resultado da etapa anterior, em Misano. Norman Nato foi o único piloto da equipe a marcar pelo menos um ponto em Monte Carlo, ao finalizar na P10. Vale mencionar que o francês garantiu o último lugar na zona de pontuação após uma ótima escalada, ao sair da P19.
Já o atual campeão, Jake Dennis, largou logo atrás do companheiro, na P18, e recebeu a bandeira quadriculada no décimo nono lugar. Devido ao baixo aproveitamento no E-Prix, a escuderia americana não só perdeu a P2 para a Porsche, mas agora está ameaçada pela quarta colocada no campeonato.
Nissan (112 pts)
Apesar do resultado pouco expressivo em comparação com Misano, a Nissan apresentou um bom desempenho em Mônaco, com seus dois pilotos dentro do top 10. O vencedor da competição de sábado da etapa passada, Oliver Rowland, concluiu o E-Prix de Mônaco em sexto lugar, após se classificar em oitavo.
Enquanto isso, o parceiro do britânico, Sacha Fenestraz, terminou a disputa duas posições atrás, na P8. Vale lembrar que o francês de 24 anos foi outro competidor a fazer uma boa escalada, já que viu o apagar das luzes da P14 e ganhou seis colocações durante o E-Prix.
DS PENSKE (102 pts)
A segunda melhor equipe no Principado foi a DS PENSKE, que conquistou uma dobradinha logo atrás da vencedora, Jaguar TCS Racing. Ao largar em segundo, Stoffel Vandoorne alcançou a P3, o primeiro pódio do campeão de 2021/2022 nesta temporada.
No outro carro da escuderia francesa, o bicampeão da categoria elétrica, Jean-Éric Vergne, se classificou em quinto e cruzou a linha de chegada uma posição acima, na P4. Sem dúvidas, a DS teve um ótimo aproveitamento na oitava etapa do calendário.
Maserati MSG Racing (67 pts)
Como acontece desde o início da rodada 2022/2023, a Maserati conta com apenas um carro para obter resultados: o de Max Günther. O alemão, que já conquistou uma vitória neste ano, em Tóquio, marcou os únicos pontos da equipe monegasca em sua corrida em casa, ao concluir na P9.
Por outro lado, Jehan Daruvala largou a duas posições de Max, na P10, mas não apresentou um bom ritmo na competição e recebeu a bandeirada final na P20, na frente apenas dos pilotos que abandonaram. Em mais um fim de semana decepcionante, o indiano segue com apenas dois pontos marcados após oito corridas.
NEOM McLaren (63 pts)
A McLaren foi uma das equipes que mais sofreu no E-Prix de Mônaco, com problemas desde o Treino Livre 1. Sam Bird não terminou a primeira atividade do fim de semana (TL1), ao bater o carro após a reta principal e fraturar a mão após o impacto. Assim, Bird ficou de fora da etapa antes mesmo do Treno Livre 2.
Devido ao incidente e a indisponibilidade de Bird, a escuderia britânica convocou o piloto reserva Taylor Barnard para guiar o #8 a partir do TL2. Na competição principal, apesar de correr em seu primeiro E-Prix de Fórmula E, Taylor se saiu melhor que o titular, Jake Hughes, ao finalizar na P14, depois de largar em último.
No outro carro, Hughes praticamente não saiu do lugar, pois viu as luzes se apagarem da P16 e concluiu na mesma colocação de origem. Diante do resultado ruim, a McLaren perdeu mais uma oportunidade de alcançar a Maserati na classificação.
Envision Racing (41 pts)
Com problemas desde o E-Prix de São Paulo, a Envision Racing vivenciou em Monte Carlo mais um pesadelo nesta temporada. Para Sébastien Buemi, a prova foi um desastre desde o início; o campeão de 2015/2016 bateu no muro durante o Hairpin, na volta 4/29, e acabou em décimo quinto lugar.
O outro piloto da escuderia britânica, Robin Frijns, também terminou o E-Prix bem longe da zona de pontos, na P18. Sem dúvidas, a Envision segue em uma maré de baixa, e se apoia na sorte de se manter na frente das últimas três colocadas na tabela de equipes.
ERT (23 pts)
Diferente do sucesso na rodada dupla em Misano, a ERT não fez uma boa apresentação no Principado de Mônaco. Dan Ticktum, que largou da P20, ganhou sete posições durante a disputa, mas ficou de fora da zona de pontuação, ao finalizar na P13.
O outro competidor da equipe chinesa, o brasileiro Sergio Sette Camara, não conseguiu transformar a P11 de origem em pontos e cruzou a linha de chegada em décimo oitavo. No geral, esse foi um resultado decepcionante para a equipe asiática.
ABT CUPRA (19 pts)
A ABT saiu da Riviera Francesa com o sentimento de que faltou pouco para alcançar o top 10. Ao largar da P17, o brasileiro Lucas Di Grassi ganhou seis posições, e ficou a um degrau da zona de pontuação, ao receber a bandeira quadriculada na P11.
No outro carro da escuderia alemã, Nico Müller abandonou o E-Prix, ao sofrer problemas em seu Mahindra M10 Electro. Assim, a ABT foi uma das cinco escuderias a sair de Mônaco sem pontos marcados.
Mahindra Racing (0 pts)
A Mahindra mais uma vez finaliza um E-Prix da temporada zerada, e sem mostrar o mínimo de capacidade de alcançar a zona de pontuação.
Nyck De Vries largou da P13 e concluiu um degrau acima, na P12, enquanto Edoardo Mortara, que viu o apagar das luzes em décimo segundo lugar, bateu no muro na volta 4/29 e foi o primeiro dos únicos dois competidores a abandonar a corrida.
Top 10 do campeonato de pilotos:
1 – Pascal Wehrlein #94 (TAG Heuer Porsche) – 102 pts;
2 – Nick Cassidy #37 (Jaguar TCS Racing) – 95 pts;
3 – Jake Dennis #1 (Andretti) – 89 pts;
4 – Oliver Rowland #22 (Nissan) – 88 pts;
5 – Mitch Evans #9 (Jaguar TCS Racing) – 77 pts;
6 – Max Günther #7 (Maserati MSG Racing) – 65 pts;
7 – Jean-Éric Vergne #25 (DS PESNKE) – 65 pts;
8 – Sam Bird #8 (NEOM McLaren) – 38 pts;
9 – Stoffel Vandoorne #2 (DS PENSKE) – 37 pts;
10 – António Félix da Costa #13 (TAG Heuer Porsche) – 26 pts.
A próxima etapa da Fórmula E será a rodada dupla do E-Prix de Berlim, nos dias 11 e 12 de maio.
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”