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STOCK CAR – O que a categoria precisa melhorar em prol da segurança – 2022

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(Foto: Marcelo Machado de Melo)
Incidente no pit-lane na segunda disputa em Santa Cruz do Sul trouxe a tona falhas no regulamento desportivo.

Ontem (25), durante a nona etapa da Stock Car Pro Series no Rio Grande do Sul, houve um acidente no pit-lane na janela de parada obrigatória da corrida 2, que envolveu três carros e três mecânicos ficaram feridos.

O motivo do incidente foi um unsafe release (liberação não segura) do carro #5, de Dennis Navarro, da equipe Cavaleiro Sports, no momento em que Pedro Cardoso, da Crown Racing, atravessava o pit-lane e tinha a preferencia de passagem.

Ao sair praticamente em cima do competidor de número #43, Navarro o atingiu lateralmente, o que deu início ao efeito “alavanca” e ambos avançaram sobre o Toyota Corolla #144 de Bruno Baptista, que fazia sua parada naquele exato momento. Com isso, três mecânicos da RCM que trabalhavam no pit-stop de Baptista foram atingidos.

Após a batida, as vítimas Daniel Asensio e Lucas Loures, sofreram fratura no joelho e na perna, respectivamente, enquanto que o terceiro meca, Eslaeu Correia, teve escoriações leves e permaneceu em atividade na prova.

Brecha no regulamento
(Foto: Marcelo Machado de Melo)

Diferente da Fórmula 1 e de outras categorias que trabalham com um grande número de carros, a Stock Car não costuma punir equipes por unsafe releases e, quando o fazem, a penalização só sai após a bandeira quadriculada. Por isso, é muito comum vermos nas corridas da classe alguns contatos laterais entre os carros no pit-lane, durante as paradas obrigatórias.

Pela falta de punições severas e rápidas, os mecânicos envolvidos no pit-stop liberam os carros sem prestarem a devida atenção nos outros competidores que se aproximam pelo pit-lane, o que coloca a vida de outros profissionais em risco. Com penalidades mais rigorosas e instantâneas, as equipes teriam mais diligencia na hora de soltarem os carros para o retorno a pista.

O que precisa mudar
(Foto: Duda Bairros)

Além de aplicar penalizações para unsafe release de forma imediata, para diminuir riscos de colisões laterais, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) também precisa avaliar melhor a maneira de suspender a competição após um acidente com vítimas fora do carro.

Outro erro da direção de prova que a etapa em Santa Cruz do Sul mostrou e de forma clara, foi a demora e a forma da paralização da corrida 2 após o acidente nos boxes.

Devido as três vítimas estarem em atendimento no chão do pit-lane, com ambulância presente no local de paradas, o esperado era que a prova fosse interrompida com bandeira vermelha. Curiosamente, apenas o Safety Car entrou em cena e quase 2 minutos depois do ocorrido.

Mecânicos de outras equipes tentando mover os carros após o incidente no pit-lane (Imagem: Captura de tela)

O presidente do Conselho Técnico Desportivo Nacional, Fábio Greco, comentou sobre o procedimento de interrupção da corrida após o acidente que envolveu Dennis Navarro, Pedro Cardoso, Bruno Baptista e os três mecânicos da equipe RCM. “A janela foi suspensa, o box fechou, e para esvaziar o pit-lane, os carros que estavam dentro saíram e o Safety Car entrou em ação.

“Enquanto isso, o socorro foi feito com calma e os médicos foram para o ambulatório analisar os feridos. Como não foi nada grave, a corrida continuou. Infelizmente nosso esporte é feito de riscos e devido a compromissos [com a segurança e o próprio regulamento], o Safety Car e o esvaziamento dos boxes foram os procedimentos mais adequados naquele momento,” concluiu Greco.

A lógica da comissão desportiva de não acionar a bandeira vermelha, foi a de que o procedimento provocaria uma movimentação extra de pessoas no pit-lane, e os carros ficariam “engarrafados” na entrada fechada dos boxes. Assim, ao invés de o Safety Car sozinho tomar conta do grid, dezenas de pessoas estariam em movimentação, colocando em risco a eficiência do resgate e a própria segurança.

A boa notícia
(Foto: Marcelo Machado de Melo)

Quanto aos mecânicos Daniel Asensio e Lucas Loures, a RCM postou uma foto nas redes sociais e informou que os dois integrantes da equipe receberam alta do hospital e estão bem. Ambos seguem para Curitiba, onde passarão por mais exames e darão continuidade ao tratamento.

Diante de tudo que aconteceu ontem no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, é evidente que a Stock Car Pro Series precisa de uma reavaliação em seu regulamento por parte da CBA.

Sem dúvidas, a segurança sempre estará acima do espetáculo e é provável surgirem mudanças nas regras punitivas e de abordagem de incidentes da categoria daqui pra frente, devido a repercussão dos fatos que ocorreram.

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