Início Fórmula 1 FÓRMULA 1 – Obrigado, Sebastian – 2022

FÓRMULA 1 – Obrigado, Sebastian – 2022

Tetracampeão anunciou hoje, 28, que estará se aposentando da Fórmula 1 no final da temporada

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Vettel em sua última vitória, no GP de Singapura em 2019. | Foto: F1 Pirelli Press Area
Vettel em sua última vitória, no GP de Singapura em 2019. | Foto: F1 Pirelli Press Area

O mundo da Fórmula 1 acordou com uma bomba na manhã dessa quinta-feira, 28 de julho. Sebastian Vettel, tetracampeão mundial, anunciou que estará se aposentando da categoria no final da temporada. O alemão, avesso às redes sociais, criou uma conta no Instagram na noite de ontem, o que levantou algumas suspeitas. O anúncio oficial veio hoje de manhã, em um vídeo de pouco mais de 3 minutos, com Vettel agradecendo seus fãs e o público da Fórmula 1 pelo carinho e apoio na categoria. No vídeo, Seb explica também os motivos de sua decisão, alegando, em principal, que sente falta de passar um tempo com sua família. Considerando que, para pilotar em alto nível, a rotina de um piloto é puxada, e muitas vezes os atletas abrem mão de pessoas queridas, de hobbies e até relacionamentos para um maior foco na categoria.

 

O MENINO PRODÍGIO

Um menino que estreou na Fórmula 1, o auge do automobilismo, aos 19 anos (até então o mais jovem piloto a guiar um F1) pela BMW Sauber substituindo Robert Kubica no GP de Indianápolis, em 2007, surpreendeu a todos com um 8° lugar logo em sua estreia. Sendo piloto da academia da Red Bull, subiu para a Toro Rosso mais tarde na mesma temporada. Seu melhor resultado foi um 4° lugar no GP da China, mas o melhor ainda estaria por vir.

Em 2008, Sebastian fez o impossível: fez pole e venceu em Monza com sua Toro Rosso. Em um final de semana de chuva, com uma equipe de meio de pelotão, Vettel conduziu como um campeão, e vale ressaltar: em uma corrida normal, sem acontecimentos atípicos como acidentes, bandeiras vermelhas, entre outros. Nesse dia, Vettel ganhou no braço não só dos concorrentes ao título, Massa e Hamilton, como do grid inteiro.

Em Interlagos 2008, Sebastian quase deu o sonho do título a Felipe Massa, ao ultrapassar Lewis Hamilton nas últimas voltas. Essa ultrapassagem dava o título ao brasileiro, até que Timo Glock, na última volta, com pneus de pista seca na chuva, “não aguentou e não resistiu”, como diria Galvão Bueno, e com isso, Hamilton conseguiu ser campeão. Apesar da perde do título de Massa, foi nesse momento que Vettel caiu nas graças do povo brasileiro.

Subindo para a equipe principal da Red Bull em 2009 e aproveitando-se do bom carro construído por Adrian Newey, o alemão deu aos austríacos a primeira vitória da equipe na categoria, no GP da China. No final do campeonato terminou como vice-campeão, atrás somente de Jenson Button, com seu “carro alienígena” da Brawn GP.

ENFILEIRANDO TÍTULOS

De 2010 a 2013, Vettel emplacou 4 títulos seguidos. Dois deles, 2010 e 2012, em uma disputa entre garras e dentes com Fernando Alonso, na época, na Ferrari. E dois deles, 2011 e 2013, em um passeio do alemão, que, nesse último ano, quebrou o recorde de vitórias (13) e vitórias seguidas (9) em uma temporada, que perdura até hoje. Aos 26 anos, Sebastian Vettel já era tetracampeão mundial.

Com a mudança de regulamento para 2014, a Red Bull não conseguiu manter a hegemonia, sendo superada pela Mercedes. Em uma fraca temporada de Vettel, sendo superado com facilidade pelo inexperiente Daniel Ricciardo, o mesmo anunciou que a partir de 2015 correria de vermelho e realizaria um sonho: ser piloto da Ferrari.

FERRARI IS BACK

Na Ferrari, altos e baixos determinaram sua passagem pela equipe. Em 2015, com a emblemática frase do chefe de equipe Maurizio Arrivabene, “Ferrari is back”, Vettel trouxe a primeira vitória em dois anos para a Scuderia, e aproveitou dos erros da Mercedes, que tinha o melhor carro disparado, para subir no lugar mais alto do pódio por mais duas vezes até o fim do ano.

Em 2016, a Ferrari não construiu um carro bom, sendo superada pela Mercedes e Red Bull, e não obteve vitórias. 2017 e 2018 foram anos mágicos de Vettel na equipe italiana. Ambos os anos tiveram inícios brilhantes, com Sebastian liderando boa parte dos campeonatos, mas no fim, erros individuais e de equipe não conseguiram dar o penta ao alemão. Em 2018, o pior momento: a batida no GP da Alemanha enquanto Vettel liderava a corrida e o campeonato. A partir desse momento, o psicológico do piloto nunca mais foi o mesmo, e sua velocidade decaiu.

A FALTA DE RESULTADOS

Em 2019 e 2020, um “Vettel pós-Alemanha 2018” foi superado com facilidade por Charles Leclerc, que fazia apenas a sua segunda temporada na categoria. No final de 2020, anunciou que para 2021 estaria de casa nova: a estreante Aston Martin.

Em um projeto que tinha de tudo para dar certo, visto o gigante investimento de Lawrence Stroll, dono da equipe, a Aston Martin não conseguiu vingar. Em 2021, a equipe figurou no meio do pelotão, com Vettel até conseguindo pódios surpreendentes no GP de Baku e da Hungria (esse último, o tetracampeão foi desclassificado por terminar a prova abaixo do limite de combustível).

Porém, chegamos a 2022. Mudanças de regulamento e dinheiro são sinais que mostram que há uma chance para disputar na frente do grid. Entretanto, com erros amadores, a Aston Martin projetou um carro pífio, amargando a penúltima posição até agora, na frente apenas da Williams. Imagine, para um tetracampeão que já conquistou mais de 50 vitórias, ter que figurar entre os últimos do grid.

LEGADO

Vettel colaborou imensamente com a categoria, seja dentro das pistas com vitórias e títulos, seja fora delas com seus projetos sociais e conhecimentos automobilísticos. Um piloto que de fato, viveu e demonstrou paixão pela categoria, encerra seu vitorioso legado no fim da temporada. A última prova, dia 23 de novembro em Abu Dhabi, será de emocionar até mesmo quem não gosta do tetracampeão. Obrigado, Sebastian.

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