A Fórmula 1 se encaminha para a decisão da temporada de 2021 nesta semana, em Abu Dhabi. Última etapa do campeonato mais longo da categoria, com 22 provas, o fim de semana trará os dois postulantes ao título empatados com 369,5 pontos, um fato inédito desde 1974. Nesse ano, o brasileiro Emerson Fittipaldi e o suíço Clay Regazzoni disputaram o título, que acabou sendo vencido pelo brasileiro. Verstappen e Hamilton levarão o público a um dos finais de semana mais esperados da história da categoria.
AUDIÊNCIA
A Fórmula 1 cresceu absurdamente em 2021, batendo recordes de audiência em todos os continentes. Além da disputa entre Lewis e Max e a pandemia do Covid-19, o seriado Drive To Survive, da Netflix, foi um dos pilares para a crescente adesão do público à categoria, em principal, do público jovem.
Em uma pesquisa feita pela própria F1 sobre a temporada de 2021, a média de idade do público ficou na faixa dos 32 anos, onde 63% têm entre 16 e 34 anos. Com isso, a pesquisa mostrou uma mudança no público-alvo da categoria, que precisa ser levada em consideração pela organização. Nos Estados Unidos, mercado econômico onde a Fórmula 1 tenta adentrar há alguns anos (porém sem muito sucesso), o GP de Mônaco de 2021 foi a quarta maior audiência de um Grande Prêmio já registrado na TV a cabo americana.
No Brasil, a categoria vem batendo marcas expressivas de audiência com a BAND. Com uma maior cobertura nas transmissões, comentaristas mais “soltos” e participações diárias na grade de programação, a emissora paulista dá uma aula de como fazer coberturas esportivas. Na última corrida, a emissora registrou 6.8 pontos de audiência, ficando em segundo lugar entre os canais de TV aberta, atrás apenas da Globo. Em ritmo de decisão, os fãs, ansiosos, já estão fazendo planos para o dia da corrida, e a expectativa é alta como poucas vezes foi vista.
Com o seriado da Netflix e a disputa eletrizante do título, a tendência é que o GP de Abu Dhabi seja uma das provas mais aguardadas e mais vistas de todos os tempos da categoria. Além da expectativa para quem será o campeão, uma possível batida entre os postulantes é esperada, visto os acontecimentos das últimas corridas e sabendo que o empate favorece Verstappen. Ninguém vai aliviar.
DO BAHREIN À ABU DHABI
A temporada de 2021 em si foi eletrizante do início ao fim. Max e Lewis alternaram a liderança 6 vezes desde o Grande Prêmio do Bahrein, primeira corrida do ano. Em 7 corridas, a liderança ficou com Lewis, e em 14, com Max. Com trocas de farpas tanto nas pistas, como fora delas, os dois foram responsáveis por trazer a emoção de volta à categoria, que carecia de disputas nos últimos anos.
Como esquecer de Verstappen e Hamilton dividindo a primeira curva em Ímola? Ou dos acidentes em Silverstone e em Monza? Além de Sochi e Interlagos, onde ambos tiveram de remar, largando de últimos e indo para 2º e 1º, respectivamente. Nunca se viu um nível tão alto na disputa de um campeonato como o de 2021, onde erros mínimos se transformavam em deslizes gigantescos, com o título podendo ser decidido em pequenos detalhes.
Na última prova, em Jeedah, Max e Lewis atingiram o ápice da rivalidade. Houve toques, espalhadas e muita polêmica envolvendo o acidente que envolveu os dois carros, o qual Verstappen tirou o pé para Hamilton passar. Com duas punições, o holandês saiu em desvantagem no placar, e viu Hamilton empatar no número de pontos.
Nessa temporada, a F1 compensou os monótonos últimos 7 anos da categoria, os quais tiveram um domínio quase absoluto da Mercedes e de Hamilton. Na disputa pelo título, Verstappen entrega à Fórmula 1 algo que Vettel não conseguiu entregar nos anos que disputou com Hamilton. Para superar o inglês, seu adversário tem de levá-lo ao limite, como Rosberg conseguiu em 2016, e como Max tem conseguido, independente de qual seja o resultado da próxima corrida.
No fim de semana, os fãs estarão divididos entre Verstappen e Hamilton, porém, o que todos querem ver é um belo espetáculo. A temporada de 2021 já entrou para a história como uma das mais disputadas. Então, nada mais justo que um final à altura. Como no slogan que a F1 está usando ao falar da disputa do título, a história aguarda (#HistoryAwaits).
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Estudante de jornalismo na ESPM-SP e apaixonado por automobilismo desde pequeno. Gosta de música, séries e livros. Há 14 anos acompanhando a Fórmula 1.
