Olá amigos e amigas do Tomada de Tempo e do Kojak ! Já faz um tempo que não apareço por aqui e apesar de geralmente escrever sobre a NASCAR, vou me atrever a dar umas rápidas pinceladas nas outras categorias, já que a paixão é uma só.
Nosso esporte parou por um tempo, mas infelizmente a pandemia não. Mas dentro do possível temos que seguir e tentar trazer um alento para o próximo e é essa minha tentativa com este texto de fim de janeiro, em plena abstinência de corridas. De forma muito breve e sucinta, vou apenas refrescar a sua memória, com um pouco do que passou e citar pontos relevantes e as expectativas para as principais categorias nesta temporada.
FORMULA – E
A categoria que mais recebe adesão entre as montadoras, ainda encontra divergência entre os fãs do esporte. Alguns ainda resistem à ideia da eletricidade ou a alta interação da categoria com os fãs, mas é como lutar contra o tempo, é inevitável.
A categoria vem para sua sétima temporada com um grid de 24 carros de 12 equipes, mas foi a primeira a sentir os efeitos da pandemia do COVID 19 neste ano de 2021. O inicio seria em Santiago no Chile, em janeiro, mas agora, a abertura será uma rodada dupla na Arábia Saudita, nos dias 26 e 27 de fevereiro (assim esperamos).
O atual campeão é o ótimo português Antônio Félix da Costa, que sobrou na temporada anterior. Além dele, o grid é recheado de bons nomes, incluindo os dois brasileiros Lucas Di Grassi e o estreante Sergio Sette Câmara. Vários outros nomes internacionais merecem um registro como Max Guenther, Vergne, Vandoorne, De Vries, Sam Bird e Buemi.
Apesar da saída da Audi ao final dessa temporada, a presença de outras montadoras como BMW, Mercedes, Nissan, Jaguar, Mahindra, Porsche vinculadas a nomes tradicionais do esporte como Andretti e Penske, mostram que é bom nos acostumarmos de vez com esses carros e seu som de videogame. Na verdade, eu assisto e garanto, a evolução é constante e as corridas são boas! Vale a conferida.
Sobre a transmissão, a categoria saiu dos canais Disney (Fox Sports) e deverá ser transmitida no Brasil pela TV Cultura (Sério?).
STOCK CAR
Com o Brasil sofrendo muito no ano de 2020, a nossa principal categoria conseguiu ainda nos proporcionar um ótimo campeonato, de total equilíbrio, com 11 pilotos chegando à etapa final com chances de título. Ricardo Maurício levou o caneco e agora é um tricampeão da Stock Car.
Na minha opinião, a falta de autódromos e a precariedade de alguns destes, limitam a Stock Car. São apenas 10 datas, e por isso, usa-se o artificio da rodada dupla. É muito difícil mudar essa realidade. Como investir pesado, num país que, resumindo, tem praticamente uma monocultura no esporte? O Futebol abocanha quase tudo (Tempo de TV, mídia, patrocínios, estrutura) e para o restante, ficam as “migalhas”.
Como em toda a categoria, o segredo para curtir, está em conhecer as regras do jogo e os pilotos. Saber quem é quem, o estilo de cada um, o currículo, se é jovem ou veterano, realmente procurar entender o que se passa.
Por falar em piloto, quem vai fazer sua estreia na nossa Stock Car, após uma passagem apagada pela Formula-E, é o grande Felipe Massa. Tenho certeza que após um período de adaptação, Massa andará tão bem, como os outros pilotos Ex-F1, Ricardo Zonta, Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet. Porém, esses não serão sua única preocupação, pois as “crias” da Stock não “dão mole” para aqueles que chegam de “fora”, casos de Daniel Serra, Thiago Camilo, Gabriel Casagrande, Gaetano Di Mauro entre outros.
A categoria tem estreia marcada para o dia 28 de março no Velopark, com transmissão em TV aberta pela Band e fechada pelo SporTV.
INDY
Como não prestigiar um campeonato que tem em seu calendário as 500 Milhas de Indianápolis?
Como negar a excelência do hexacampeão Scott Dixon? A agressividade do bicampeão das 500 Milhas, Takuma Sato? Pilotos que já foram campeões? Lá estão Will Power, Simon Pagenaud e Josef Newgarden. Você gosta de novos talentos? A categoria tem Colton Herta e Pato O’Ward. E deve se confirmar ainda, a presença de Romain Grosjean no grid.
Para abranger mais ainda o gosto dos telespectadores, a Indy segue intercalando circuitos mistos e ovais. Ou seja, o que falta para você acordar e prestigiar a Indy?
Preciso lembrar que no quarto carro da Chip Ganassi, teremos nos circuitos mistos, o Hepta campeão da NASCAR Jimmie Johnson. Nos circuitos ovais, o carro 48 será guiado pelo brasileiro Tony Kanaan.
A Indy tem sua primeira etapa programada para o dia 07 de março, em São Petersburgo. A transmissão integral do campeonato deve ficar a cargo da BandSports, sendo que na Band, TV aberta, está garantida apenas a prova das 500 Milhas de Indianápolis.
NASCAR
Por falar em NASCAR, obviamente sou suspeito, mas se você não deu ainda uma chance à categoria, chegou a hora.
A temporada de 2021 promete, pois está repleta de novidades em suas três principais divisões, TRUCK SERIES, XFINITY e CUP SERIES. Teremos pilotos novos em novas equipes, retornos, ascensão de divisão e toda aquela emoção de 40 carros na pista com pé embaixo em pequenos e grandes ovais e os circuitos mistos cada vez mais comuns na categoria.
Na Truck Series teremos a “garota sensação” Hailie Deegan, que chega após deixar ótima impressão nas categorias de acesso e na única prova disputada em 2020. Teremos também o retorno de John Hunter Nemechek às camionetes, após temporada conturbada na CUP SERIES. E como o campeão Sheldon Creed vai recebê-los?
Já na Xfinity, teremos o retorno do Brasil na NASCAR, o hexacampeão da Porsche Cup, Miguel Paludo, irá pilotar em três circuitos mistos pela equipe de Dale Earnhardt Jr. Outra novidade é o ex piloto de testes da Haas e ex piloto da Indy, Santino Ferrucci que mudará seu foco para a categoria. Apesar da ida de Chase Briscoe para a CUP SERIES, bons nomes seguem na disputa como Austin Cindric, Justin Haley, Noah Gragson e Harrison Burton. E sempre algo de novo surge na Xfinity. Aguardem…
E na CUP SERIES? Bom, teremos a estreia da equipe da lenda da NBA, Michael Jordan, que terá seu carro 23 (óbvio) pilotado por Bubba Wallace. Veremos o retorno de Kyle Larson após demissão, perda de patrocínios e suspensão por uso de uma expressão racista em corrida virtual. Lembro novamente, chega a categoria, Chase Briscoe, vindo da Xfinity, se juntando ao “trio de ferro” que veio de lá na temporada passada, composto por Tyler Reddick, Cole Custer e Christopher Bell. Esses quatro jovens pilotos, te contar viu…
E obviamente, vamos ver o jovem popular Chase Elliott defender seu título contra raposas velhas, como Brad Keselowski, Kevin Harvick, Kyle Busch, Martin Truex Jr., Denny Hamlin e muitos outros.
Para finalizar, além dos históricos ovais, serão seis circuitos mistos e uma corrida na TERRA!! Tá bom ?? E claro, a NASCAR começa sua temporada no dia 14 de fevereiro, “só” com as 500 milhas de Daytona. Isso sim é chegar com o “pé na porta”!
MOTOGP
É um paradoxo. Foi muito divertido, ver uma disputa franca e aberta em 2020 pelo título, tendo em vista a lesão grave do hexacampeão Marc Marquez. Evidente que se abriu um espaço para novos protagonistas. O título ficou com o espanhol Joan Mir da Suzuki. Mas não fica aquela pulga atrás da orelha?
Joan Mir, obviamente, não tem nada a ver com isso, fez um belo campeonato e colocou seu nome na história. Fato é que, com Marquez ou não, as corridas foram sensacionais, como de costume na categoria. Destaque também para o vice campeonato do italiano que carrega a bandeira do Brasil no capacete, Franco Morbidelli.
Em 2021, Valentino Rossi irá completar 42 anos e vai para sua 22ª temporada na MotoGP, agora pela equipe Petronas. Para seu lugar na Yamaha oficial, vai Fabio Quartararo (que deu uma pipocada em 2020 né gente).
A questão do momento é: Marc Marquez volta após a terceira cirurgia no braço direito? Quando? Em que condições? Meu mero e triste palpite. Caso volte este ano ainda, não será a tempo de lutar pelo campeonato.
As emoções da MOTOGP começam em 28 de março no Qatar. A Disney tem os direitos de transmissão, então, possivelmente teremos transmissão nos canais FoxSports.
FÓRMULA 2
Jovens talentos, buscando seu espaço, nos mesmos circuitos da Formula 1, com carros muito rápidos e em níveis parecidos de competitividade. Tem como dar errado? Vou ser sincero, é porque na Formula 1 temos as grandes equipes e os grandes pilotos, pois no que se refere ao prazer em assistir e diversão, a Formula 2 tem sido superior (agora eu apanho).
As corridas são muito disputadas, em rodada dupla, mais curtas e sempre está acontecendo alguma coisa. Claro, o patamar da F-1 é outro, mas no que se refere a competitividade, não da pra comparar.
Fato é que, o nível dos pilotos já está muito alto na F2, tanto que quem chegou na F1, não desapontou, pelo contrário, são estrelas em ascensão, como Lando Norris, George Russell, Pierre Gasly e Charles Leclerc.
O campeão de 2020 foi ninguém menos que Mick Schumacher, filho do hepta campeão, que é piloto Ferrari e já está assinado para estrear pela Haas em 2021.
A temporada de 2020 da Formula 2, foi um alento para nós brasileiros, pois mostrou para todos o talento do brasileiro Felipe Drugovich, paranaense de 20 anos, que mesmo sem estar numa equipe de ponta, conseguiu três vitórias e uma pole position. Nesta temporada, Drugovich vai pilotar pela UNI-Virtuosi, uma equipe mais competitiva que a anterior. Vai Drugo!
Visando redução de gastos, a F2 reduzirá de doze para oito rodadas, mas com o aumento para três corridas no final de semana, sendo assim, será mantido o número de 24 corridas na temporada.
A temporada começa junto com a F1 no Bahrein, no dia 28 de março.
FÓRMULA 1
Em 2020, a Fórmula 1 se desdobrou para ter um calendário cheio, mas protegendo todas as pessoas envolvidas, no que se refere à pandemia do Covid 19. Na verdade, no fim da temporada, mesmo com um ano mais uma vez dominado por Lewis Hamilton, podemos dizer que foi melhor do que esperávamos, então ponto para a Liberty.
Momentos como as vitórias de Gasly e Perez, o pódio de Ricciardo pela Renault, a pole de Lance Stroll, a torcida pelo ponto de George Russell pela Williams, as aparições de Hulkenberg, as novas pistas, tudo isso fez com que por algumas horas, os fãs da categoria esquecessem os problemas no mundo e simplesmente relaxassem. E o que vem por aí na categoria maior do automobilismo?
Estreia de Mick Schumacher pela Haas. Bom, a única coisa que o herdeiro do hepta campeão pode e deve fazer com esse carro, é “moer” o polêmico companheiro de equipe, o russo Nikita Mazepin, que também chega da F2, mas com costas quentes dentro da equipe.
É algo reconhecido dentro da categoria, que seu primeiro adversário é o seu companheiro de equipe. Então, por falar em disputas internas, o “pau vai cantar”, tendo em vista as novas duplas formadas, senão vejamos : Max Verstappen x Sergio Perez na Red Bull; Lando Norris x Daniel Ricciardo na McLaren; Sebastian Vettel (acorda esse ano?) x Lance Stroll na Aston Martin; Fernando Alonso (ainda é o Alonso) x Esteban Ocon na Alpine; Pierre Gasly x Yuki Tsunoda (japonês não alivia o pé) na Alpha Tauri e Charles Leclerc x Carlos Sainz Jr (sim, ele pode) na Ferrari.
E na Mercedes, você acredita ou tem um mínimo de esperança que Bottas deixa de ser “leão de treino” e consiga pressionar Hamilton durante todo o campeonato? Ou nossa esperança fica mesmo com a Red Bull entregar um carro de ponta para Verstappen ou até mesmo, a McLaren, neste ano de motor Mercedes, enfim, voltar a ser a McLaren?
Palpite: Hamilton chega ao seu oitavo título, mas com boas corridas, como em 2020. Em 2022, com novo regulamento técnico, aí sim, poderemos ter mais gente realmente disputando o caneco.
Após descartar a transmissão a partir de 2021, parece que houve uma reviravolta e a Globo está próxima de anunciar a renovação com a Liberty. Aguardemos.
Ótima temporada para todos nós. Se cuidem!
E como diria Kal-El: “Para o alto e avante!”
“Mineiro de Belo Horizonte, kartista amador e cinéfilo, desde criança deixava claro sua paixão pelo esporte a motor. Seu sonho de ser piloto não passou de um sonho, então, durante a infância e adolescência passava os domingos vidrado na frente da TV para ver a F1 ou a Indy. Há poucos anos começou a disputar campeonatos de kart amador na grande BH, e sua paixão pelo esporte se fortaleceu e amadureceu. Acompanha com real interesse os principais campeonatos, ou seja, F-1, F-E, Indy, Nascar, F2, F3, Stock car, MotoGP e o que for esporte a motor de qualidade. Sua ideia é sempre contribuir para o crescimento desse esporte, que tanto encanta, seja pela tecnologia, pelo glamour e tradição ou por testar os limites da máquina e do homem” – Kojak é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo, em especial NASCAR, F3 e F2!
