Após quatro anos juntos na equipe de Gene Haas, os dois pilotos se despedem da escuderia e, possivelmente, da categoria.
A Haas anunciou esta manhã, através de um comunicado, que não renovará com a dupla Romain Grosjean e Kevin Magnussen para 2021, pois a equipe busca novos direcionamentos para os próximos anos.
Grosjean e Magnussen são parceiros na Haas desde 2017, quando o dinamarquês de 28 anos substituiu Esteban Gutierrez na equipe. Romain ingressou na escuderia americana 1 ano antes, em 2016, após sair da Lotus (atual Renault).
Ao comparamos o desempenho da Haas desde sua temporada de estreia em 2016, fica claro como esta avançou mas regrediu logo depois. No fim de seus dois primeiros campeonatos (2016 e 2017) a escuderia de Gene Haas ficou em oitavo lugar. No ano seguinte, a equipe melhorou e concluiu em quinto nos construtores.
O grande problema foi em 2019, que também acontece nesta temporada: a Haas está entre as três piores forças do grid, compete pelas últimas posições com a Alfa Romeo e Williams, e se encontra com apenas 3 pontos no campeonato de construtores, após 11 corridas.
Diante desse cenário difícil, a Haas decidiu dar um novo ar em sua abordagem para os próximos cinco anos, pois assinou o pacto de concórdia e garantiu que irá permanecer na Fórmula 1 até 2025, juntamente com todas as outras escuderias do grid atual.
O chefe de equipe da Haas, Guenther Steiner, comentou o fim da era 8 e 20 na escuderia. “Temos boas lembranças juntos – em particular nossa temporada de 2018, quando terminamos em quinto lugar na classificação em nossa terceira temporada. Romain e Kevin tiveram um papel significativo nesse sucesso. Claro, ainda há muitas corridas restantes na temporada 2020. Tem sido um ano desafiador, sem dúvida, mas os dois pilotos deram tudo de si ao volante do VF-20. Valorizamos suas contribuições e experiência para continuarem levando a equipe para o GP de Abu Dhabi em dezembro”, disse Steiner.
Em suas redes sociais, Romain Grosjean e Kevin Magnussen também falaram sobre a decisão da Haas. “O último capítulo está fechado e o livro está terminado. Estou na Haas desde o primeiro dia. Cinco anos durante os quais passamos por altos e baixos, marcamos 110 pontos em 92 corridas, mas a jornada valeu a pena. Aprendi muito, melhorei para ser um piloto melhor e também um homem melhor. Espero também ter ajudado as pessoas da equipe a se aprimorarem. Este é provavelmente o meu maior orgulho, mais do que qualquer uma das primeiras loucas corridas de 2016 ou a P4 no GP da Áustria em 2018. Desejo à equipe tudo de bom para o futuro“, comentou Grosjean.
“A temporada 2020 será a minha última com a Haas. Eu me diverti muito nela por quatro anos e foi uma grande jornada. Fazer parte de uma equipe totalmente nova tem sido um desafio que eu gostei muito e isso me trouxe muita experiência, o que me ajudou a crescer e me desenvolver como piloto. Gostaria de agradecer a Gene, Guenther e toda a equipe por sua lealdade e confiança em mim nos últimos quatro anos. Ainda estou trabalhando em meus planos para o futuro, que irei anunciar em breve. Ainda há seis corridas para fazer nesta temporada, e estou determinado a dar tudo de mim para terminar em alta“, falou Magnussen.
Até o momento, a Haas não comentou sobre quais pilotos formarão a nova dupla principal da equipe, mas há inúmeras possibilidades. Uma delas, é a contratação de Pietro Fittipaldi, brasileiro que é piloto de testes e desenvolvimento da escuderia americana desde dezembro de 2018, mas há pilotos muito experientes disponíveis, como Sergio Perez e Nico Hulkenberg.
O outro leque de possibilidades envolve o segundo piloto de testes e desenvolvimento da Haas, Louis Delétraz, também da Fórmula 2; Mick Schumacher (este que está para ser campeão da categoria de apoio da F1) e o russo Nikita Mazepin, filho de Dmitri Mazepin, este que é um grande empresário e chegou a se reunir com os dirigentes da Haas para oferecer a compra da equipe para seu filho poder estrear bem na Fórmula 1. Porém, Gene Haas deixou claro que a escudeira americana não está à venda.
Para Magnussen e Grosjean, haverão vagas em outras equipes para 2021, mas será difícil os dois pilotos se manterem na categoria como titulares ano que vem, dado o histórico de ambos na F1.
Entrevistas disponibilizadas pela assessoria de imprensa da equipe e de cada piloto.
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”