Início Moto GP MOTO GP – Valentino, Márquez e Quartararo – GP da Andaluzia –...

MOTO GP – Valentino, Márquez e Quartararo – GP da Andaluzia – 2020

419
Foto: www.motogp.com – Valentino Rossi depois da batalha com dois moleques endiabrados.

Hoje foi um daqueles domingos para torcedores da motovelocidade que não víamos a muito tempo, estou até agora emocionado em ver no dia dos avós, sem demérito nenhum, mas como um carinho por esse piloto que é meu ídolo incondicional, o “vovô garoto” Valentino Rossi, mostrar que quer se divertir muito ainda com seus vários “netinhos”

A HISTÓRIA CONTA QUE…
Desde 2013 quando começou a era Marc Márquez na MotoGP, nos acostumamos a supremacia desse piloto espanhol, #93 da equipe Repsol HONDA Team, vencendo nada menos do que 6 campeonatos mundiais, o último em 2019, ano em que conquistou 420 pontos, sua maior pontuação da carreira iniciada em 2008.

Passamos a aguardar os finais de semana das corridas, sempre com a expectativa de que um dos outros 21 pilotos do grid pudessem fazer frente ao “Formiga-Atômica” e essa missão sempre se apresentou como de extrema dificuldade para todos.

Isso sempre me deixava incomodado, pois eu gosto de assistir competição em qualquer esporte que envolva motor e rodas, motivo que me fez perder o encanto pela Fórmula 1, onde somente Bottas consegue algumas vezes preocupar Hamilton durante todas as provas de cada temporada, porém não deixo de assistir a F1 até hoje.

No início da sua passagem pela MotoGP, Márquez foi aprendendo como lidar com Dani Pedrosa, Valentino Rossi, Jorge Lorenzo, Andrea Dovizioso e ultimamente Maverick Viñales, superando todos esses pilotos e se consagrando como o melhor piloto do grid a cada prova.

UM DISTÚRBIO NA FORÇA
Foto: www.motogp.com – Quartararo será o novo estrategista?
O campeonato de 2019 revelava aos poucos que um embrião estava se desenvolvendo na MotoGP com a escolha de Fábio Quartararo para fazer dupla com Franco Morbidelli na equipe Petronas Yamaha SRT, satélite da YAMAHA fábrica.

El Diablo, como gosta de ser chamado, em 2015 e 2016 passou pela Moto3 onde foi 10º e 13º nos respectivos campeonatos, depois na Moto2 entre 2017 e 2018 inverteu as posições ficando em 13º e 10º, não aparentando ser um problema para Márquez, mas, sempre tem um mas, o #20 terminou 2019 sempre à frente de seu companheiro Morbidelli e na 5ª posição atrás de nada menos que Márquez, Dovizioso, Viñales e Rins, deixando na 6ª posição Petrucci e na sétima Rossi.

Em 2020 chegou a Pandemia e com ela apenas os testes no Qatar foram cumpridos, e Quartararo sempre esteve no top8, permitindo que a YAMAHA decidisse ainda na fase de isolamento social por contratá-lo para ser o novo companheiro de Maverick Viñales a partir de 20211, deixando sua moto para Rossi usar na próxima temporada.

VAMOS PAGAR PARA VER?
E não é que a YAMAHA fábrica acertou em cheio para 2021?
Foto: www.motogp.com – El Diablo chegou, chegando!

Na semana passada, no GP da Espanha no circuito de Jerez – Angel Nieto, o francês começou tímido no FP1, marcando apenas o 17º tempo ficando atrás do p1 Márquez por 0.895″, mas depois acertou sua moto e no FP2 fez a 2ª marca ficando 0,027″ atrás de seu companheiro Morbidelli com Márquez na p4, terminando na p1 no FP3 com Márquez na p4 novamente.

No FP4, aquele treino para ajuste dos Pilotos com suas mostos, equipes e pista, Márquez retornou para p1 enquanto Quartararo marcava a P10 com 0.525″atrás.

Quando chegou o Q2, Quartararo e Viñales deixaram Márquez na p3, em voltas que demonstraram que os três estavam muito parecidos em desempenho, mesmo com motos muito diferentes.

MINHA DÚVIDA?
Eu quero acreditar que foi apenas uma coincidência do destino, mas estou com a impressão que Márquez ficou preocupado com o seu desempenho frente ao dois pilotos com motor YAMAHA, digo isso porque no GP da Espanha primeiro Márquez erra no início da prova e sai para um passeio na caixa de brita, recuando para 16ª posição, precisando fazer uma corrida de recuperação.

O Formiga-Atômica usa toda sua energia e poderes especiais e vai perseguindo e superando cada um dos pilotos á sua frente, praticamente um, muitas vezes dois por volta, até chegar novamente atrás de Viñales, quando toca com o pneu dianteiro na zebra e é catapultado da sua moto, caindo na caixa de brita e sendo atingido no braço pela bike, como resultado quebra o osso úmero do braço esquerdo.

Fábio Quartararo vence a prova e provavelmente só fica sabendo nesse momento do crash de Márquez, já Viñales deve ter percebido na pista mesmo.

O DRAMA DE MÁRQUEZ
Foto: www.motogp.com – Márquez disse que ouviu seu corpo e ele reclamou.
Márquez é operado na 3ª feira e na quinta decide voltar para os treinos de sexta e sábado, além de tentar o Q1, pelo menos, mas sua lesão e cirurgia não permitem que continue e no Q1 desiste de participar, ficando na última posição do grid.

Se observar do FP1 ao Q2 eu começo a achar que Quartararo está desenvolvendo uma maneira de estudar os limites de seus principais concorrentes, do tipo, deixa eu ver onde o cara chega e o quanto eu consigo me aproximar dele? As posições nas estatísticas que podemos olhar no site oficial www.motogp.com estão me levando à essa conclusão.

Quero dizer com isso o seguinte: o show de supremacia que Quartararo imprimiu hoje de manhã para Viñales e Rossi não por obra do acaso, não é obra do destino, tão pouco foi porque Márquez estava fora da corrida e sim por foco nos seus objetivos.

PASSANDO O BASTÃO?
Foto: www.motogp.com – Que será que Rossi falou para Quartararo? Você é o Cara?
Outra situação que me leva a pensar que “temos um djoco” é a maneira como Valentino Rossi parabenizou Quartararo que não esconde de ninguém que Rossi é seu ídolo, o olhar e o carinho de Rossi, depois da melhor corrida da sua vida nos últimos anos, foi o de alguém que já viu isso muitas vezes na vida, de que um novo ídolo para MotoGP definitivamente nasceu na semana passada e está crescendo muito rápido. Márquez terá duas semanas para rever as duas corridas e procurar entender a cabeça e a emoção do El Diablo.

Teremos que aguardar o próximo 9 de agosto para conferir como será o reencontro desses “piás do djanho”.