Alguns meses depois de anunciar a diminuição do salário de Nicholas Latifi e George Russell para amenizar os impactos da crise gerada pelo COVID-19, a escuderia britânica decide considerar a opção de ser posta à venda.
Por meio de um comunicado, a Williams Racing anunciou esta manhã seus planos para tentar permanecer na Fórmula 1, pois além da equipe ter terminado em último lugar no campeonato de construtores de 2018 e 2019, sua situação financeira piorou ainda mais por conta da pandemia de coronavírus.
No comunicado, a escuderia britânica deixou claro que a opção de ser colocada à venda de forma parcial ou total, está listada como prioridade. “Como parte dessa nova direção estratégica, o conselho do WGPH [Williams Grand Prix Holdings] está realizando uma revisão de todas as várias opções estratégicas disponíveis para a Companhia.”
“As opções que estão sendo consideradas incluem, entre outras, a captação de novo capital para os negócios, a alienação de uma participação minoritária no WGPH ou a alienação de uma participação majoritária no WGPH, incluindo uma venda potencial de toda a empresa.”
A Williams ainda não está disponível para aquisição, mas a equipe britânica já deu o primeiro passo para concretizar este plano. “Embora ainda não tenham sido tomadas decisões sobre o resultado ideal, para facilitar as discussões com as partes interessadas, a Companhia anuncia o início de um processo formal de venda.“
Segundo a própria Williams, ainda não houve manifestações de interessados na aquisição, e a escuderia britânica prevê a possibilidade de não haver compradores. “Não há certeza de que uma oferta será feita, nem sobre os termos em que qualquer oferta será apresentada. O conselho do WGPH se reserva o direito de alterar ou encerrar o processo a qualquer momento e, se o fizer, fará um anúncio conforme apropriado. O conselho do WGPH também se reserva o direito de rejeitar qualquer abordagem ou encerrar discussões com qualquer parte interessada a qualquer momento.”
Além dessa medida de ser posta à venda, a Williams decidiu encerrar a parceria com seus patrocinadores, a Rokit e a Rok Drinks. O motivo dessas foi justificado no mesmo comunicado. “É claro que a temporada de Fórmula 1 de 2020 foi interrompida devido à pandemia do COVID-19, e isso terá um impacto em nossa receita de direitos comerciais este ano. A equipe também enviou um aviso para encerrar seu relacionamento com seu parceiro, ROKiT, e o principal patrocinador, ROK Drinks.”
O CEO da Williams Racing, Mike O’Driscoll, complementou a justificativa. “Os resultados financeiros de 2019 refletem o recente declínio na competitividade da operação de F1 e a consequente redução na receita de direitos comerciais.”
Para diminuir a preocupação dos fãs, em relação a possibilidade da equipe deixar a Fórmula 1, a Williams deixou claro que está pronta para competir esse ano (caso houver a temporada 2020 de Fórmula 1). Em seguida, dá a certeza de que essas medidas são importantes para manter a escuderia britânica no grid para os próximos anos.
“Embora a Companhia tenha enfrentado vários desafios, a Williams atualmente continua financiada e pronta para retomar as corridas quando o calendário permitir em 2020. O conselho do WGPH acredita que a revisão estratégica e o processo formal de venda é a coisa certa e prudente a ser feita para reservar um tempo para considerar uma gama completa de opções e colocar a equipe de Fórmula 1 na melhor posição possível para o futuro.”
A situação financeira que a Williams Racing enfrenta atualmente, lembra a antiga Force India em 2018, onde, ao ser colocada à venda, foi adquirida por Lawrence Stroll e renomeada para Racing Point. Se não fosse essa medida emergencial, a equipe simplesmente deixaria de existir.
Isso demonstra que ainda é cedo dizer que a Williams deixará a Fórmula 1 e encerrará sua trajetória de mais de 40 anos na categoria, além de mostrar que ainda há esperança da equipe permanecer no grid para as próximas temporadas.
Além disso, com o anúncio das mudanças que a Fórmula 1 terá a partir de 2022, a escuderia britânica de fato precisa estar estabilizada financeiramente para essa nova era na categoria.
Jornalista, carioca e fã de automobilismo desde criança. Meu lema de vida profissional é uma das frases mais impactantes de Ayrton Senna: “No que diz respeito ao empenho, compromisso, esforço e à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.”