Olá amigos e amigas do Tomada de Tempo e do Kojak ! Seguem os playoffs da NASCAR no seu “round de 12”. A etapa das 500 Milhas de Talladega começou neste domingo, porém devido à chuva, ela veio a terminar apenas nesta segunda feira. Quem teve a oportunidade de conferir, pôde entender porque Talladega é um templo da velocidade e porque a NASCAR vem aumentando cada vez mais sua popularidade no Brasil. Que final de prova foi esse??
Sobre o grid de largada, temos que ressaltar que nas três primeiras posições estavam Chase Elliott#9, Alex Bowman#88 e William Byron#24. Sinal dos tempos que vêm por aí. A NASCAR vem formando jovens talentos em suas categorias de base, que estão colocando os veteranos para suar o macacão. Lembro ainda que em 2020, promovidos da XFINITY, chegam os ótimos Christopher Bell, Tyler Reddick e quem sabe Cole Custer. Será de arrepiar…
Como existia a ameaça de chuva, o senso de urgência prevaleceu desde o início da corrida e o ritmo já era de decisão no primeiro segmento. E por falar em alto rendimento, vindo lá do final do pelotão, os postulantes ao título, Denny Hamlin#11 e Kyle Busch#18 mostravam que, apesar de largarem na P40 e P26 respectivamente, seria questão de tempo estarem na briga. Outro que chamava a atenção era o demitido Ricky Stenhouse Jr.#17. Num ano para esquecer, Stenhouse voltou a andar como nos seus bons tempos em Talladega.
Por falar em algo para esquecer, Ryan Blaney#12 quando liderava a prova, numa rodada de pit stops em bandeira verde, errou a freada e rodou dentro dos boxes. Quem viu esse momento, jamais imaginaria o desfecho desta história. Só a NASCAR…
E fim do primeiro segmento com William Byron#24 na ponta, seguido por Joey Logano#22 e Alex Bowman#88.
Então veio a chuva e como não existe iluminação noturna em Talladega, rapidamente veio a notícia de adiamento para segunda feira. A corrida recomeçaria a partir do segundo segmento.
E assim foi. Na tarde de segunda feira recomeçamos esse incrível jogo de estratégia e negociação a mais de 300 km/h. Mas não demorou a acontecer o primeiro “Big one” da tarde, que já levou dois integrantes dos playoffs, Alex Bowman#88 e Kyle Larson#42 (já classificado para a próxima fase). De quebra tirou também da prova o heptacampeão Jimmie Johnson#48, que permanece no seu longo jejum de vitórias. Parece que não será nesse ano ainda J.J..
Clint Bowyer#14 fechou o segundo segmento na frente, seguido por Joey Logano#22 e Brad Keselowski#2.
Já esperamos que no terceiro segmento das corridas da NASCAR venham as grandes emoções, mas não sabíamos que seriam tantas.
Por incrível que possa parecer, Ricky Stenhouse Jr. liderou boa parte deste terço da prova, promovendo bloqueios certeiros. Ótimo trabalho para um piloto que até agora está a pé em 2020. Mas o risco em Talladega é muito alto e uma decisão errada muda a história. Conhecem o efeito dominó? Pois bem, Kyle Busch#18 empurrou Chris Buescher#37, que por sua vez empurrou Kurt Busch#1 que fez William Byron#24 rodar e acertar Joey Logano#22 em cheio. O segundo “Big One” estava formado, levando embora alguns pilotos, entre eles Byron, e deixando Logano sem condições de lutar pela vitória. Os pilotos dos playoffs iam ficando pelo caminho e a chance de um “outsider” vencer só aumentava.
Faltando 13 voltas, um quarteto bem interessante lutava espetacularmente pela vitória. Ricky Stenhouse Jr#17 seguia com seus bloqueios espetaculares, Kurt Busch#1 tentava voltar a vencer, Matt DiBenedetto#95 ainda buscava sua primeira vitória e David Ragan#38 queria fechar com chave de ouro sua carreira.
Mas faltando seis voltas, veio o terceiro e último “Big One” do dia. Kyle Busch#18 que lutava pela vitória, perdeu o controle possivelmente pelo deslocamento de ar lateral e subiu, atingindo o surpreendente Brendan Gaughan#62, que chegou a dar um “mortal”, caindo com as rodas para baixo, e o efeito dominó se fez presente novamente eliminando mais alguns da prova. Dessa vez, dos playoffs se foram, Kyle Busch#18, Kevin Harvick#4 e Brad Keselowski#2. Mas foram também bons postulantes a vitória, como Matt DiBenedetto#95, David Ragan#38, Kurt Busch#1 e o próprio acrobata Gaughan#62, que por incrível que parece tinha chance de vencer.
Lembram de Ryan Blaney#12? Aquele que no domingo rodou dentro dos boxes quando liderava? Pois é, faltando duas voltas, na relargada após o acidente, era ele que aparecia na frente. Ryan Newman#6 foi o desafiador e chegou a tomar a liderança na última volta, mas Blaney de forma heróica e “trocando tinta” venceu a prova “por um nariz”, se me permitem parafrasear as corridas de cavalo. Após 500 Milhas disputadas e três “Big ones” , a margem da vitória foi de apenas 0.007 segundos. Um absurdo de tão incrível!!
Com a vitória Blaney passa de pouco provável á figura garantida no “round de 8”, juntamente com Kyle Larson#42. Agora restam seis vagas que serão definidas na próxima etapa. Como podemos ver na tabela abaixo, o atual campeão Joey Logano#22 está na zona de perigo, porém a situação dos quatro últimos é difícil e para eles só a vitória interessa.
A próxima etapa dos playoffs da MONSTER CUP, que definirá os oito pilotos que seguirão na briga pelo título, será no próximo domingo, no Kansas. Também poderemos acompanhar no sábado, mais uma exibição do “Trio de ferro” da XFINITY. Christopher Bell, Cole Custer e Tyler Reddick voltam a se enfrentar. Os três estão em evidência e dominando a divisão de acesso, mas para dar Austin Cindric não custa, pois isso é a NASCAR!! Nessa categoria as coisas realmente podem acontecer. Até a próxima e VIVA A NASCAR !!
E como diria Kal-El : “Para o alto e avante !!”
“Mineiro de Belo Horizonte, kartista amador e cinéfilo, desde criança deixava claro sua paixão pelo esporte a motor. Seu sonho de ser piloto não passou de um sonho, então, durante a infância e adolescência passava os domingos vidrado na frente da TV para ver a F1 ou a Indy. Há poucos anos começou a disputar campeonatos de kart amador na grande BH, e sua paixão pelo esporte se fortaleceu e amadureceu. Acompanha com real interesse os principais campeonatos, ou seja, F-1, F-E, Indy, Nascar, F2, F3, Stock car, MotoGP e o que for esporte a motor de qualidade. Sua ideia é sempre contribuir para o crescimento desse esporte, que tanto encanta, seja pela tecnologia, pelo glamour e tradição ou por testar os limites da máquina e do homem” – Kojak é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo, em especial NASCAR, F3 e F2!