“Eu, sou brasileiro, com muito orgulho, muito amor!”
Quando Zidane e sua turma abateram a seleção brasileira na final de 1998 na França, o refrão da música acima foi utilizado por uma emissora de tv e eu entendi que a ideia era: NÃO DESISTIMOS NUNCA!
A cada corrida da FE que assisto, visualizo nos três brazucas na categoria – Lucas Di Grassi, Nelson Piquet Jr e nesta temporada também Felipe Massa com esse espírito. Ontem tivemos ainda a presença de Felipe Nasr.
FATOS
Numa disputadíssima qualificação, Di Grassi e Massa tentaram de todas as formas superar o também novato Pascal Wehrlein, outro egresso da F1, mas só conseguiram largar na P2 e P3 respectivamente.
Nelsinho Piquet, com toda sua experiência de F1 e primeiro campeão da FE largava na p11 enquanto com a oportunidade de ontem e andando pela primeira vez na FE e no carro Gen2, Nasr largava na p14.
Largada
Nas primeiras duas voltas vimos que, Wehrlein manteve a ponta, Rowland passou Di Grassi, Massa perdeu posições para Buemi e Da Costa ficando na p6, Piquet passava dois pilotos e quando se preparava para superar Verne, bate na sua roda traseira, decola e acaba no muro.
No momento dessa bandeira vermelha, Nasr que havia rodado caiu par p19. Ficamos por cerca de 26 minutos aguardando a permissão para relargada.
RELARGADA
Aqui entra o refrão brasileiro. Di Grassi, que havia vencido no México na temporada passada, conhecedor e entusiasta desta pista, começou a perseguir Rowland por todo o restante da prova, sempre de forma agressiva e sem dar descanso ao inglês.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Foi justamente isso que aconteceu quando Rowland decidiu carregar o modo de ataque, novidade da temporada que acrescenta energia para o Gen2, erra a passagem e Di Grassi se aproveita, assumindo a p2.
O pŕoximo da fila era Wehrlein. O piloto alemão notadamente o mais eficiente na prova, tentava de todas as formas manter a distância para o brasileiro.
Enquanto a briga pela p1 esquentava, Felipe Massa tinha seu objetivo particular que era passar Félix Da Costa, porém , conseguia se aproximar do português sem no entanto conseguir a ultrapassagem.
Nasr continuava sua labuta entre a p19 e p20. A cada carregamento no modo de ataque, os brasileiro conseguiam se aproximar de seus concorrente à frente, que teimosamente insistiam em se manter nas posições.
Mas, como aconteceu mesmo em detalhes?
Quando faltavam 15 minutos para o fim da corrida, Wehrlein, Rowland, Di Grassi, Buemi e Da Costa andavam muito próximos, faltava usar um modo ataque para cada um desses pilotos. Massa estava longe dessa briga.
Massa perdia rendimento e Mortara e D’Ambrosio o ultrapassaram, ficando em definitivo na p8. Nasr terminaria na p19.
Meus amigos! Chegando nas últimas voltas o bicho começou a pegar pro lado do líder Pascal Wehlein. Conforme comentei acima, Lucas Di Grassi pressionava Rowland.
Quando o inglês decidiu carregar o modo ataque, erra a curva e Di Grassi numa manobra perfeita assume a p2 e parte com alça de mira no alemão.
Restando ainda algum tempo de modo ataque, Di Grassi tenta de todas as formas passar Wehrlein. Di Grassi até consegue ultrapassar Wehrlein na curva 3. Nessa tentativa o alemão levou a melhor e permaneceu à frente do brasileiro.
Di Grassi decide: vou passar! A perseguição ao alemão se torna implacável, curva a curva, reta a reta, sem descanso, Di Grassi com sua experiência de campeão da terceira temporada se impunha ao estreante.
Bravamente Pascal Wehrlein olhava para os dois retovisores e via o brasileiro de todos os lados, pressão, pressão, pressão. Se aguentava na pista como podia.
A energia das baterias estava em 5% para Wehrlein e 6% para Di Grassi. Última volta e tudo estava indefinido. 2% de bateria para o alemão e 3% para Lucas.
VITÓRIA DA PERSISTÊNCIA, HABILIDADE E DECISÃO
Lucas entra atrás do alemão e na reta de chegada faltando 1% de bateria para ambos, a poucos metros da linha de chegada acaba a energia da Mahindra e a Audi de Di Grassi vence o duelo.
A manobra de Lucas Di Grassi, saindo de trás do alemão e ficando espremido entre a Mahindra e o muro permite que passe na linha de chegada e vença a prova na frente da torcida mexicana.
E…S…P…E…T…A…C…U…L…A…R!!!!!!!!!
Lucas é apludido de pé por todos.
Alguma dúvida que a FE chegou para ficar? Que venha a próxima prova em Hong Kong no próximo 10 de março. Que venha outra corrida emocionante. Que venha outro vencedor brasileiro com muito orgulho, muito amor.
Colaboração de @gilsonrc para o @tomadadetempo.
“Professor, Analista de Sistemas, apaixonado pela esposa e filhos e um grande torcedor dos esportes de velocidade. Uma pessoa de bem com a vida que gosta muito de conversar e entender a natureza humana” – Gilson é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo!