GP de Cingapura, um maravilhoso circuito, recheado de ingredientes para uma bela corrida. O circuito foi o 1º a ter uma corrida realizada a noite, por conta disso toda a pista conta com uma iluminação fora de série dando um brilho maravilhoso nos carros e capacetes dos pilotos. Para complementar esse show de imagens, o circuito conta com 23 curvas (boa parte delas quase uma esquina – 90º) caracterizando-o como truncado.
Como se não bastasse todas essas curvas, o muro fica logo depois da zebra o que nos treinos deu um tempero especial, para atingir o melhor tempo aquela beliscada no muro era inevitável, o limite entre tirar faisca e quebrar uma roda, eixo ou um furo de pneu é o que diferencia os pilotos.
Com todos esses ingredientes era de se esperar que seria uma grande corrida, cheia de emoções, certo? Errado, em uma corrida dominada por um gênio que não se cansa de tirar coelhos da cartola, o restante foi um show de lambanças. A corrida foi morna, sem muitas ultrapassagens, nem surpresas.
No quesito lambança, o troféu vai para a Sergio Pérez, um piloto que entrou na F1 como piloto pagante e aos poucos foi conquistando espaço e mostrando que possui algumas habilidades, dessa vez se mostrou um piloto totalmente desconcentrado, nervoso e infantil. Depois de conseguir uma boa sétima colocação no grid de largada (duas posições a frente de seu parceiro de equipe), Checo inexplicavelmente, na primeira volta na curva 3, fechou a porta para seu companheiro Esteban jogando-o no muro o que causou algumas coisas:
- Primeiro, confirmou a premissa de que SEMPRE teremos um safety car no GP de Cingapura.
- Segundo, uma imagem bizarra de Sirotkin dando algumas voltas atrás do Safety Car com um pedaço da roda (pelo menos parecia ser) do carro de Esteban “grudada” na sua asa dianteira.
- Terceiro, um pedido de desculpa pelo rádio meio desajeitado, sem saber muito como se justificar com a equipe, deixando claro que viu prejudicar a equipe e que a manobra foi totalmente desnecessária.
- Quarto, uma chamada de atenção do diretor da equipe, Otmar Szafnauer, que proibiu os seus pilotos de disputarem posições entre eles a partir desse momento: “Na próxima corrida, diremos a eles das regras e isso não acontecerá novamente. É bem simples”. Pelo tom do pronunciamento consigo imaginar o nível do tom usado dentro dos boxes, não deve ter sido nada agradável.
Mas esse não seria o único momento protagonizado pelo Mexicano, no meio da corrida, durante disputa pela 13ª posição, Checo começou a reclamar muito pelo rádio, alegando que Sirotkin estava trocando muito de posição para se defender, porém o Russo estava fazendo um traçado limpo, se defendendo mas dentro dos limites permitidos, e foi nesse ponto que o Mexicano mostrou o quanto despreparado e nervoso estava.
Em uma manobra totalmente infantil depois de algumas voltas tentando colocar seu carro do lado do piloto da Williams, quando finalmente conseguiu o que era nitidamente uma ultrapassagem limpa, simplesmente jogou seu carro em cima do adversário, furou o seu pneu e voltou lento para o pitlane para a troca de pneu e retornar na ultima posição, jogando fora qualquer chance de pontuação. Terminou a corrida em 16º, e ainda tomando um drive-thru de punição. Antes do fim da corrida ainda ultrapassou novamente o Russo que dessa vez não ofereceu resistência nenhuma.
A Ferrari de Vettel também fez a sua lambança! O alemão vinha em 2º lugar, um pouco mais lento que Hamilton mas nada desesperador, uma diferença de aproximadamente 2 segundos os separava, a corrida estava apenas no começo e em uma atitude totalmente inexplicável a Ferrari chamou Vettel antecipadamente para tentar uma estratégia de surpreender o inglês na décima quinta volta.
Poderia até ser uma boa estratégia se não tivessem colocado pneus ultra macios, que pela estimativa da Pirelli, iria ser obrigado a fazer uma nova parada. Como nenhum de seus concorrentes haviam parado ainda, ficou óbvio para o Lewis que bastava colocar pneu para uma única parada e correr tranquilamente para vitória.
Não bastasse o erro na escolha dos pneus também erraram no momento, colocaram Sebastian atrás de Perez, o alemão foi conservador (ainda bem, visto que o mexicano estava com a cabeça sei lá onde) e demorou algumas voltas para conseguir se livrar desse “trafego”, o que o colocou em uma situação muito complicada. Max Verstappen, na saída dos boxes, conseguiu (roda a roda) tomar definitivamente a segunda posição de Vettel. Pontos preciosos perdidos pelo alemão que ainda teve que se arrastar para o final da corrida com seus pneus a ponto de estourar a qualquer momento, olhando por esse lado, saiu até barato essa lambança da Ferrari.
Como não poderiam ser só lambanças, seria injusto não destacar a brilhante disputa e ultrapassagem de Leclerc sobre Gasly. Disputaram por algumas curvas e numa mudança de traçado o piloto da Sauber surpreendeu Gasly, fazendo a curva mais aberta e tracionando melhor na entrada da reta (aplicando quase um X), sem chances do Francês reagir. Uma belíssima manobra que pode ser vista nesse vídeo do Twitter oficial da F1:
Fim de corrida com o Inglês conquistando a vitória e me convencendo que é um piloto genial, não comete erros, tira voltas fantásticas no qualify (visto a pole de baixo de muita chuva no GP da Hungria, e a volta fantástica nesse sábado também lhe garantindo a pole), corre com muita tranquilidade e mesmo quando é ameaçado se mantém firme. Tem me lembrado muito as características de Senna, os tempos são outros mas acho que se Sebastian e a Ferrari pararem de cometer tantos erros o inglês vai ter um competidor para mostrar o seu verdadeiro talento, por enquanto ele corre tranquilamente para conquistar mais um campeonato.
E nós do TOMADA DE TEMPO, quase sem palavras, agradecemos o carinho de ROBERSON ALVIM FARIA pela matéria enviada! Para quem não sabe, Roberson é o responsável pelo nome do nosso PORTAL, um grande amigo, parceiro e leitor assíduo! TANKS ROBERSON! Aguardamos a próxima!
“Um Goiano, acolhido por Mineiros e apaixonado pela família e por esse SUL maravilhoso. Maluco e apaixonado por automobilismo (Fórmula 1, Stock Car, Turismo e as demais), o que não quer dizer especialista!” – Marcelo é o idealizador e um dos colunistas do Tomada de Tempo!