Para abrilhantar a nossa seleta lista de pilotos excepcionais, voltamos a principal categoria do automobilismo nacional, hoje o Bate Papo nas Pistas é com o Bicampeão da Stock Car Ricardo Maurício.
O piloto nasceu em São Paulo e leva com ele uma característica diferente no grid, Ricardinho é canhoto, diferente dos demais. Piloto que tem como frase de inspiração “Até a última volta tudo é possível” – e realmente isso é verdade, vide a última etapa da Stock Car, na última curva Ric ultrapassou o chefinho e levou a segunda corrida em Curvelo/MG – é Tricampeão da Copa Petrobras de Marcas nos anos de 2012, 13 e 2014, e Bicampeão da Stock Car nos anos de 2008 e 2013.
Em quesito de curiosidade, em 2008 o piloto foi campeão a bordo de um Peugeot 307 na equipe WA Mattheis. Já em 2013 levou o caneco pilotando um Chevrolet Sonic na equipe Eurofarma RC Competições. Ricardinho faz parte da equipe Eurofarma RC Competições desde o ano de 2009, equipe que tem atualmente o grande Rosinei Campos como chefe de equipe.
Além de títulos como: Campeão Brasileiro de Fórmula Ford em 95, Campeão Espanhol de Fórmula 3 no ano de 2003, Campeão da Copa Endurance Series em 2009, o piloto foi vencedor da Corrida do Milhão em 2010. Vale ressaltar que Ricardinho ficou de 2008 a 2013 dentro do top 3 de melhores pilotos do Brasil, levando dois títulos nacionais no mesmo ano – 2013 – feito que poucos conseguiram atingir até hoje.
Comecei o nosso bate papo com uma pergunta um pouco clichê, porém uma pergunta que sempre é legal para se perguntar, perguntei ao piloto onde nasceu todo seu amor pela velocidade, e qual foi o primeiro contato dele com o esporte.
“Sempre gostei de velocidade e de carros, assistia muito a Fórmula 1, mas, acabei me apaixonando pelo automobilismo quando comecei a andar de Kart em 1998 na categoria Micro Kart”.
Em 2003 o piloto foi campeão da F3 Espanhola, o caminho “natural” seria uma categoria de monopostos com acesso final para a Fórmula 1, mas o piloto acabou voltando ao Brasil em 2004 e estreou na Stock Car, pedi que ele nos contasse um pouco sobre essa decisão.
“Eu cheguei a fazer 3 anos e meio na Fórmula 3000 de 99 a 2002, mas, infelizmente não tive patrocínio para subir. Depois, voltei para Fórmula 3 Espanhola, pois me prometeram que se eu fosse campeão, ganharia uma temporada na World Series e um teste de Fórmula 1 pela Toyota”.
“Mas, nenhum dos dois aconteceram. Quando decidi pela Stock Car, logo na estreia fiz um terceiro lugar em Curitiba, o que me abriu as portas para trabalhar numa categoria profissional no Brasil”.
Ricardinho no início de sua carreira pilotou em diversas categorias, sempre em alto nível. Continuei e perguntei a ele qual foi a sua “receita” de sucesso para que isso acontecesse, como ele poderia justificar todo esse desempenho em várias categorias diferentes antes de retornar ao Brasil.
“A receita é a mesma em qualquer profissão, muita dedicação, foco, força de vontade, acreditar no seu potencial e nunca desistir. No automobilismo, em geral, temos mais derrotas que vitórias. Não é fácil se manter no topo, demanda muita perseverança.”
A Stock Car tem como portfólio ser sempre muito competitiva, atraindo diversos pilotos de várias categorias. Ric por sua vez é um piloto muito competitivo e experiente, segui perguntando ao piloto, como ele busca fazer a diferença dentro dessa mescla de pilotos experientes e “novatos” que migram de outras na categoria para o grid da Stock.
“Fazendo da mesma forma que sempre fiz, com profissionalismo, tentando aprender o máximo possível todas as vezes, dando o meu melhor e sempre focado no meu trabalho e não no resultado dos adversários”.
Ricardinho tem um relacionamento incrível com o Mad Max – apelido do piloto Max Wilson – e também o com mais longevidade no grid. Continuei nosso bate papo perguntando como é a relação do dois, dentro e fora das pistas.
“O Max é um grande parceiro de longas datas, fomos companheiros de equipes Co Irmãs em 1999 na Fórmula 3000 e em 2009 tive o prazer de reencontrá-lo na Stock Car, desta vez na mesma equipe. Ele é um piloto sensacional e um grande amigo com quem eu posso contar sempre, dentro e fora das pistas”.
No ano de 2010 o piloto foi vencedor da Corrida do Milhão, além da premiação, a corrida tem o seu brilho a mais, perguntei ao piloto como foi para ele ser o vencedor de uma corrida tão disputada e significativa como essa.
“Lógico que ser campeão é totalmente diferente, mas ganhar uma corrida tão importante assim é sempre marcante. A corrida do Milhão acabou se transformando num evento dentro de um evento e fico feliz em ter colocado meu nome e o da equipe nessa história”.
Ric tem o apelido de ser um “caça-talentos” com um olhar clínico em descobrir novos pilotos, especialmente na Stock Car. Pedi para que ele contasse um pouco sobre isso, e sobre esse apelido. “Não sabia desse apelido, mas achei engraçado, deve ser por causa das minhas parcerias com o Girolami e o Salas nas corridas de duplas.”
Por mais de cinco anos consecutivos, o piloto esteve presente dentro do top 3 de melhores pilotos do Brasil, precisamente dos anos de 2008 a 2013. Atualmente, o piloto continua sua pilotagem excepcional e diferenciada – podemos confirmar isso revendo as últimas etapas da Stock Car – continuei e perguntei como é para o piloto passar todos esses anos e ainda manter esse nível nas pistas.
“Foram 2 títulos, 2 vices, 1 terceiro, 1 quarto e 1 quinto lugar, fora os 3 campeonatos do Brasileiro de Marcas. Quando você faz o que gosta, o resultado aparece naturalmente e eu amo correr.”
Ricardinho leva consigo uma característica rara no automobilismo, o piloto é canhoto. Pedi que ele contasse o que isso ajuda e atrapalha na pilotagem, e qual foi a maior dificuldade em pilotar por conta dessa característica.
“Nunca tive esta preocupação ou qualquer dificuldade. Você desenvolve esse tipo de pilotagem naturalmente, como um piloto destro”.
Para a próxima temporada a Eurofarma RC Competições entrará com mais um carro no grid, antes de finalizar perguntei ao piloto quais são as suas aspirações para o futuro e o que esperar para a temporada 2017.
“Teremos três carros representando nosso patrocinador nas pistas a EUROFARMA. Será muito importante este terceiro carro para termos ainda mais dados para evoluir, pois estamos sempre em busca de vitórias e do título. Sem contar que o Daniel Serra é um dos melhores pilotos que já vi correndo e vai ser um peso forte tê-lo conosco no time”.
Finalizando, Ricardinho tem vários fãs pelo Brasil e Mundo, pedi que o piloto nos desse algum conselho para essa nova geração de pilotos que veem ele como um espelho. “Sempre acreditar em seus sonhos e suas habilidades, nunca desistir, acreditar sempre.”
Com os conselhos do piloto finalizo a matéria, o meu muito obrigado ao Ricardinho, que nos concedeu um espacinho em sua agenda, e assim fazendo parte do nosso time de estrelas no Bate Papo nas Pistas. E você gostou do nosso Bate Papo e quer conhecer mais sobre o piloto, siga em suas redes sociais Facebook, Instagram e fique por dentro das novidades do piloto.
Tomada de Tempo, aqui a sua notícia é pole position.
Aspirante a escritor e futuro piloto, tenho uma admiração muito grande por Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Jeff Gordon. Entusiasta de categorias como: Fórmula Truck, Stock Car, NASCAR, DTM, V8 australiana, entre outras. – Cardoso é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo!