DTM, ou simplesmente Campeonato Alemão de Turismo, é uma categoria não tão conhecida do grande público brasileiro, que passou a ser muito procurada após a confirmação da aposentadoria de Massa na F1.
Na verdade várias categorias foram cogitadas como destino de Felipe Massa, e realmente tudo indica que o destino será a DTM para a temporada de 2017.
E antes de contar a vocês sobre a possível categoria onde Massa atuara em 2017, abro um parêntese para agradecer ao “tio” Marcio Garcia pela participação especial na matéria, um cara 10, considerado uma enciclopédia ambulante quando se refere a automobilismo pela equipe do TDT, e com essa participação ilustre contamos a vocês um pouco sobre essa categoria que pode abrigar um grande talento nacional a partir da próxima temporada.
Deutsche Tourenwagen Masters mais conhecida como DTM, antigamente conhecida como Deutsche Tourenwagen Meisterschaft, é uma categoria de corrida de carros de turismo baseada na Alemanha, atualmente é disputada apenas pelas montadoras Audi, BMW e Mercedes-Benz.
Sua origem ocorreu juntamente com o Inglês de Turismo, ITC, porém em 2000 a mudança foi radical e redesenharam a categoria levando a categoria ao patamar e formato atual.
O CONCEITO DA CATEGORIA
A sua carroceria indica o contrário, mas o carro do DTM pouco tem a ver com os modelos que são vistos na rua, e vamos combinar né, o carro para ser bonito!! Sou fã de categorias Turismo, os Stock brasileiros são magníficos, mas os carros da DTM é bonito demais!
Se na F1 cada equipe constrói seu próprio chassi, no DTM a estrutura é padronizada, – o que na nossa opinião do nosso convidado especial, é bem bacana pois leva um “equilíbrio” em certos quesitos a categoria – as fabricantes envolvidas (Audi, BMW e Mercedes) desenvolvem a estrutura, principalmente, seus motores e a parte aerodinâmica pela carenagem.
Peças padronizadas, aliás, são bastante vistas no DTM: câmbio, freios de carbono cerâmica (assim como os da F1) e
pedalaria também são iguais para todos. Além disso, só há um fornecedor de pneus, a coreana Hankook.
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Sem poder interferir nas peças padronizadas, as montadoras trabalham de forma intensa no desenvolvimento da aerodinâmica de seus carros, e este é um dos grandes pontos fortes da categoria, o que diferencia a categoria de praticamente todas as outras de rodas cobertas.
Apesar de contar com menos aparatos eletrônicos, um carro do DTM possui conceitos mecânicos semelhantes a um F1, sendo assim, em termos de acerto, os dois bólidos se encontram em um mesmo patamar.
PILOTAGEM
O DTM acabou desfavorecido com o sistema de pontos para a obtenção da super licença, ficando atrás de categorias como GP3 e Super Formula Japonesa e com o mesmo patamar da Indy Lights.
Devido à diferença de peso, um DTM é muito menos ágil que um F1 em suas reações, mesmo assim, há algumas similaridades.
Por ser bastante dependente da aerodinâmica, o DTM permite que o piloto carregue mais velocidade nas curvas, sobretudo nas de alta, do que um carro de Turismo convencional, o DTM pode chegar dependendo da pista a fazer curvas de alta em velocidades superiores a 135km/h, o famoso – “Na reta voa igual um caça, na curva chega a estacionar.”
A questão de pilotagem, a agilidade do DTM está mais para um GP2 do que um F1, a questão dos pneus é vista de forma diferente, o DTM é duro para resistir a corrida toda (Pneus Hankook), já na F1 a troca por outro composto é obrigatória (Pneus Pirelli).
MATERIAL HUMANO
Em seu atual grupo de pilotos, o DTM conta com vários nomes de respeito, incluindo dois ex-F1 (Paul di Resta e Timo Glock) e vários outros pilotos com títulos em categorias de base.
O interessante é que o DTM é uma categoria em que todos os pilotos são profissionais. Os que estão ali foram escolhidos pelas montadoras, e não porque vieram com dinheiro. O Antônio Félix da Costa, por exemplo, conseguiu a vaga através da Red Bull, mas ele teve os méritos para isso, ou seja, ninguém “compra vaga”, e falando em méritos quem também tem a possibilidade de fazer algumas corridas na DTM na próxima temporada é o jovem Felipe Fraga da Stock Car.
Atualmente o grid do DTM conta com 24 carros, a própria formação é mais enxuta: se na categoria mundial há quatro engenheiros para cada carro, no DTM são dois, mas não para por aí, na parte de ferramentas, de software, ainda há um atraso grande com relação a F1.
LASTRO
O DTM conta com um sistema de lastro (visando dar equilíbrio entre todos), por esta razão, o novo sistema de pesos é aplicado na classificação de acordo com a teórico de volta mais rápida e a diferença percentual entre fabricantes.
O Audi RS 5 DTM e o AMG-Mercedes C 63 DTM terá um peso de base de 1,120 libras, enquanto a BMW M4 DTM partirá às 1.112,5 libras para receber um salvo-conduto para equalizar os rendimentos.
A partir deste ponto, os pesos de compensação devem ser calculados com base no melhor retorno teórico de cada classificação de marca, ou o que é o mesmo que, a união dos três setores melhores marcados pela global dos oito pilotos competindo para Audi, BMW e Mercedes.
Tendo em conta que os três veículos são capazes de ter, no máximo um peso final de 1,140 libras e um peso mínimo de 15 quilos abaixo do peso inicial, o sistema apesar de ser novo é simples, os cálculos tem que ser feitas com base no tempo e três margens de diferença: – menos de 0,1% – entre 0,1% e 0,2%; – e mais de 0,2%.
Cada salto significa carregar 2,5 quilos a mais, se todos permanecem em 0,1% ninguém ganha lastro já depois da classificação.
SISTEMA DE PONTUAÇÃO
Acredito que o sistema de pontuação da DTM não tem muito segredo perto de outras categorias, o primeiro leva 25 pontos, o segundo colocado adiciona 18 pontos, terceiro 15 pontos, quarto 12 pontos, o piloto responsável por fechar o top-5 leva 10, do sexto colocado ao nono tem uma diferença de 2 pontos, o décimo e último pontuador do grid leva apenas 1 ponto para casa.
CAMPEÕES
Nem precisamos apresentar a lista para já termos ideia de que só tem nomes de elite na grade de campeões da DTM e vale ressaltar, Mercedes e Audi com 7 títulos cada, fechando a BMW 2 títulos.
2000 Bernd Schneider – Mercedes CLK
2001 Bernd Schneider – Mercedes CLK
2002 Laurent Aiello – Audi TT
2003 Bernd Schneider – Mercedes CLK
2004 Mattias Ekstrom – Audi A4
2005 Gary Paffett – Mercedes Benz C-Klasse
2006 Bernd Schneider – Mercedes Benz C-Klasse
2007 Mattias Ekstrom – Audi A4
2008 Timo Scheider – Audi A4
2009 Timo Scheider – Audi A4
2010 Paul di Resta – Mercedes Benz C-Klasse
2011 Martin Tomczyk – Audi A4
2012 Bruno Spengler BMW M3
2013 Mike Rockenfeller – Audi RS5 DTM
2014 Marco Wittmann – BMW M4 DTM
2015 Pascal Wehrlein – DTM AMG Mercedes C-Coupé
Não podíamos finalizar essa matéria sem ter a opinião do nosso convidado Marcio Garcia sobre a categoria e sobre Felipe Massa, eu realmente concordo com tudo o que ele disse, afinal sair de um F1 e partir para um DTM não é algo tão fácil, mesmo o piloto sendo experiente.
“O DTM apresenta muitas semelhanças, assim como diferenças com a F-1, a própria mecânica, de funcionamento do DTM sendo diferenças vai ser como um desafio a parte para Felipe Massa, com corridas duplas e sistema de lastro, o primeiro ano na categoria se apresenta como uma incógnita, isso se deve também a questão de qual montadora irá representar e em qual time ele será alocado (Mercedes / Audi e BMW). O primeiro ano será de aprendizado, no segundo ano entra no bolo para brincar de verdade, ai o Felipe vai mostrar seu pedigree.”
GALERIA DE FOTOS
[envira-gallery id=”9808″]
Obs: As fotos foram obtidas em ampla pesquisa na Internet. Não foi possível a identificação oficial de seus autores, portanto, sentindo-se lesado, favor entrar em contato e serão imediatamente removidas.
Para fechar com chave de ouro a nossa materia, uma galeria de fotos contando um pouco da historia da categoria, e claro meu muito obrigado ao Marcio por ter aceitado meu convite de fazer essa participação nessa matéria, sucesso a ti, tmjj sempre!!
Tomada de Tempo, Aqui a sua notícia é pole position.
Aspirante a escritor e futuro piloto, tenho uma admiração muito grande por Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Jeff Gordon. Entusiasta de categorias como: Fórmula Truck, Stock Car, NASCAR, DTM, V8 australiana, entre outras. – Cardoso é um parceiro/colunista voluntário do Tomada de Tempo e escreve sobre as mais diversas categorias de esporte a motor no Brasil e no Mundo!